NOSSA CULTURA DE LUTO - FALECE O POETA ALDO CLEMENTINO
A
família do poeta Francisco Aldo Clementino, com tristeza comunica o seu
falecimento ocorrido ontem vítima de câncer. Aldo
faleceu em sua residência, no sítio queixada, Várzea Alegre - Ceará. O
poeta iria completar seus 74 anos de idade amanhã. O
sepultamento acontecerá às 17h de hoje (01 de agosto) no cemitério comunitário
do sítio queixada. Recentemente
o filho do poeta o Professor Jornalista Jurani Clementino lançara a obra
literária Poemas/Poesias/Cordeis, em parceria com o seu Pai poeta. A
obra abaixo é inédita dos nossos arquivos culturais. SOU
O QUE SOU Fcº Aldo Clementino Nada
no mundo me faz Eu
deixar de ser assim Respeitar
meu semelhante Me
afastar de botequim Por
estar sempre completo Quatro
ou cinco analfabeto Ficam
com raiva de mim Me
criei sem ter riqueza Sem
ódio sem ambição Trabalhando
todo dia A
mandado do patrão Broco
roça limpo mato Sou
um sertanejo nato Um
vaqueiro de gibão Sei
fazer cerca de arame De
estakote e de vara Mas
ruim é juntar jurema Pro
mode fazer coivara Numa
hora fiz mais de dez Formigas
ferruando os pés E
o sol queimando a kara. Dos
sofrimentos da roça Eu
contarei um bocado Com
onze anos de idade Eu
comecei no pesado Eu
só tenho uma palhaça Foi
o que ganhei da roça Oh
meu deus muito obrigado Sou
poeta das coisas simples Do
mundo e do universo Não
adianta ter força Se
não existir progresso Me
dizia Zé Goiaba Tudo
na vida se acaba Principalmente
o sucesso Quem
passeia na floresta É
quem sente o cheiro da rama Quem
trabalha no roçado Da
sua sorte reclama Com
as mãos cheias de calo Quem
tem um filho cavalo O
seu pai como se chama Nas
trajetórias da vida De
plano fiz mais de cem Ambição
e enrolada Esse
defeito Aldo não tem Meu
passado foi grosseiro Sofri
sem ganhar dinheiro Mas
não gastei de ninguém Fcº Aldo Clementino
Nenhum comentário:
Postar um comentário