Após reação do movimento de mulheres e de outros setores da sociedade civil, o Juiz eleitoral da 15ª Zona do Ceará, Francisco Ireilton Bezerra Freire, que havia expedido ofício nesta quinta-feira, 27 de setembro, determinando a proibição de realização do evento “Eles Não, mulheres unidas contra o coiso”, propôs uma mediação para o caso. O evento, inicialmente programado para as 17h do sábado, 29 de setembro, na cidade de Icó, com concentração na Coluna da Hora, foi reagendado para as 8h da manhã.
Antes de sentar com os representantes do movimento contra o presidenciável fascista Jair Bolsonaro (PSL), o magistrado tinha pedido o cancelamento da atividade, tendo em vista que, segundo ele, os organizadores de outra ação, a “Carreata em apoio ao candidato Jair Bolsonaro”, teriam comunicado antes que iriam realizar uma atividade a favor do candidato no mesmo dia e horário da mobilização feminina. O juiz chegou a se dirigir a Isabel Evangelista, organizadora do movimento contra o presidenciável, através do documento, informando que, caso descumprisse a decisão, seria enquadrada em crime de desobediência.
A solução alternativa para a realização do evento da campanha #EleNão foi debatida em reunião realizada nesta tarde. A representante do coletivo de mulheres, acompanhada de outros integrantes da preparação da passeata, foi recebida pelo juiz eleitoral. Isabel informa que prevaleceu o diálogo e também a pressão dos movimentos sociais, que tomaram as redes sociais e levaram o caso aos veículos de comunicação.
Ainda no fim desta tarde, os organizadores do ato, que integra a agenda internacional de manifestações contra o candidato líder nas pesquisas eleitorais, foram recebidos na representação local do Ministério Público Estadual. Na oportunidade, a Promotoria afirmou que vai acompanhar o movimento e tentar garantir que não haja nenhum obstáculo ao direito à manifestação das mulheres de Icó.
Em arte divulgada há pouco, os organizadores ratificam a realização da atividade:
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