sábado, 26 de abril de 2025

CÃES E GATOS AMIGOS DO HOMEM INIMIGOS DA NATUREZA



Qualquer um que pesquisar na internet e nas publicações de conceituadas universidades ou instituições ambientais governamentais vai se surpreender com as centenas, talvez milhares de trabalhos técnicos e científicos sobre os danos que  cães e gatos, domésticos errantes causam na natureza, seja por predação, competição, comportamento de perseguição e afugentamento (nestes dois casos, principalmente os cães), transmissão de doenças e parasitas.
 
As populações de gatos e cães domésticos. São alarmantes no mundo inteiro. Na Espanha, há um gato para cada 12 habitantes, o que resulta numa população de 4 milhões de bichanos naquele país; nos Estados Unidos, são 84 milhões de gatos, dos quais de 30 milhões a 80 milhões nas ruas, podendo predar animais silvestres.
 
No Brasil, o Censo Pet IPB de 2022 revelou uma população de um gato para cada sete habitantes, o que implica uma população de 29 milhões de gatos, a maioria acessando as ruas e áreas naturais, perseguindo e caçando tudo o que se mexe na sua frente. Mesmo que estejam bem alimentados, prevalece o instinto selvagem de garantir a comida do dia seguinte.
 
Os números do avassalador impacto dos gatos domésticos na natureza variam, mas a espantosa ordem de grandeza sempre é a mesma. Gatos domésticos são responsáveis pela extinção de, no mínimo, 33 espécies de animais em todo o mundo. Felinos domésticos errantes matam por ano 2,4 bilhões de aves, 12,3 bilhões de mamíferos, 478 milhões de répteis e 173 milhões de anfíbios — só nos Estados Unidos, onde existe um bom levantamento desses fatos.
 
Ao cidadão comum brasileiro que nunca aprendeu isso numa escola que jamais ensinou tais fatos, a ignorância desses assuntos é perdoada. A técnicos do governo e, mais lamentável ainda, do ICMBio, que ignoram tais realidades, forçando a minimização do efeito da presença humana, seja indígena ou não indígena, junto com seus cães e gatos sobrepondo-se a Unidades de Conservação, tal ignorância, mais que imperdoável, é condenável.
 
Urge que técnicos do ICMBio, Ibama e também das Secretarias Estaduais e municipais, levem essas questões sempre em consideração.

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