CÃES E GATOS AMIGOS DO HOMEM INIMIGOS DA NATUREZA

Qualquer
um que pesquisar na internet e nas publicações de conceituadas universidades ou
instituições ambientais governamentais vai se surpreender com as centenas,
talvez milhares de trabalhos técnicos e científicos sobre os danos que cães e gatos, domésticos errantes causam na
natureza, seja por predação, competição, comportamento de perseguição e
afugentamento (nestes dois casos, principalmente os cães), transmissão de
doenças e parasitas.
As
populações de gatos e cães domésticos. São alarmantes no mundo inteiro. Na
Espanha, há um gato para cada 12 habitantes, o que resulta numa população de 4
milhões de bichanos naquele país; nos Estados Unidos, são 84 milhões de gatos,
dos quais de 30 milhões a 80 milhões nas ruas, podendo predar animais
silvestres.
No
Brasil, o Censo Pet IPB de 2022 revelou uma população de um gato para cada sete
habitantes, o que implica uma população de 29 milhões de gatos, a maioria
acessando as ruas e áreas naturais, perseguindo e caçando tudo o que se mexe na
sua frente. Mesmo que estejam bem alimentados, prevalece o instinto selvagem de
garantir a comida do dia seguinte.
Os
números do avassalador impacto dos gatos domésticos na natureza variam, mas a
espantosa ordem de grandeza sempre é a mesma. Gatos domésticos são responsáveis
pela extinção de, no mínimo, 33 espécies de animais em todo o mundo. Felinos
domésticos errantes matam por ano 2,4 bilhões de aves, 12,3 bilhões de
mamíferos, 478 milhões de répteis e 173 milhões de anfíbios — só nos Estados
Unidos, onde existe um bom levantamento desses fatos.
Ao
cidadão comum brasileiro que nunca aprendeu isso numa escola que jamais ensinou
tais fatos, a ignorância desses assuntos é perdoada. A técnicos do governo e,
mais lamentável ainda, do ICMBio, que ignoram tais realidades, forçando a
minimização do efeito da presença humana, seja indígena ou não indígena, junto
com seus cães e gatos sobrepondo-se a Unidades de Conservação, tal ignorância,
mais que imperdoável, é condenável.
Urge
que técnicos do ICMBio, Ibama e também das Secretarias Estaduais e municipais,
levem essas questões sempre em consideração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário