quinta-feira, 23 de agosto de 2012

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Aniversário de morte da autora de ""Parabéns pra você"" em 1999.



Morreu aos 97 anos em 1999, a autora da versão em português, escolhida em um concurso realizado pela Rádio Nacional (1941), a poetisa paulista Bertha Celeste Homem de Mello.   (Pindamonhangaba, 21 de março de 1902 - Jacareí, 16 de agosto de 1999) foi uma poetisa, farmacêutica e professora brasileira. 

Comemoração. Dona de casa paulista fez a versão em português do clássico dos aniversários
O coração da dona de casa paulista Bertha Celeste Homem de Mello (1902-1999), moradora de Pindamonhangaba, bateu mais forte quando o locutor da Rádio Tupi do Rio de Janeiro anunciou que ela tinha vencido o concurso nacional para escolher a letra do Parabéns a Você.
Diplomada em farmácia, mas sem trabalhar na profissão, levava a vida pacata de mulher do interior. Dedicava-se aos afazeres domésticos, cuidava da filha única, com o marido, passava o dia ouvindo o velho rádio de válvulas. Já participara de outros concursos a distância, inscrevendo-se pelo correio, mas aquele era o mais importante. Corria o ano de 1942 e nosso país atravessava mais um período de fervor nacionalista.
O cantor, compositor e radialista carioca Almirante (1908-1980), contagiado por esse sentimento, irritava-se quando ouvia os brasileiros cantarem, em inglês, o Parabéns a Você. A música foi composta em 1875, nos Estados Unidos, pelas professoras irmãs Mildred e Patricia Smith Hill, para seus alunos de Louisville, no Estado do Kentucky, entoarem de manhã, na chegada à escola. Tanto que se intitulava Good Morning to All (Bom-dia para Todos). Em 1924, porém, um livro de partituras festivas a rebatizou de Happy Birthday to You (Feliz Aniversário para Você) e a canção mudou de finalidade. Nove anos mais tarde, espalhou-se pelo mundo, após virar tema da peça teatral homônima apresentada na Broadway, de Nova York.
Almirante considerava a letra americana "monótona" e criticava os brasileiros por "enrolarem a língua ao cantá-la". Originalmente, repetia quatro vezes a frase happy birthday to you. Só na terceira o to you era substituído por dear, acrescido do nome do(a) aniversariante.
Almirante realizou um concurso para escolher uma letra patriótica, ou seja, em português.
Na época, ele comandava um programa musical de grande audiência na Rádio Tupi do Rio de Janeiro. A fim de conferir respeitabilidade ao concurso, formou um júri com os escritores Olegário Mariano, Cassiano Ricardo e Múcio Leão, todos da Academia Brasileira de Letras.
Recebeu em torno de 5 mil cartas, do país inteiro. O trio escolheu a quadrinha de Bertha de Mello: "Parabéns a você/nesta data querida/muita felicidade/muitos anos de vida"! A vencedora não gostava que cantassem errado seu verso. "Escrevi ‘parabéns a você’ e não ‘pra você’, como muitos falam", esclarecia. "Também não é ‘nessa data querida’, porém ‘nesta data’, ou seja, a que se festeja. Igualmente, em vez de ‘muitas felicidades’, diz-se ‘muita felicidade’, que é uma só."
Não se sabe o que acharia, hoje, do barulhento "é pique, é pique, é pique, é hora, é hora, é hora", acoplado décadas mais tarde ao Parabéns a Você. Também é contribuição paulista. Originou-se entre 1925 e 1926, em uma brincadeira do estudante Mário Ribeiro da Silva, da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, feita no bar Pérola do Douro, do centro da cidade.
Nas horas de boêmia, ele formava um trio divertido, o Grupo do Pudim, com os colegas Aru Medeiros e Ubirajara Martins de Souza, apelidado de Pique-Pique pelo bigode de pontas retorcidas, como se fossem duas lanças de pontas para cima. As versões divergem. Uma delas conta que, por ser tarde, o Grupo do Pudim precisava ir para casa. Mas Ubirajara de Souza, o Pique-Pique, queria ficar no Pérola do Douro para tomar mais uns goles. Afinal, era seu aniversário.
Encerrando a comemoração, Mário da Silva fez um brinde ao amigo, gritando "pique-pique, pique-pique, pique-pique". Ubirajara retrucou: "Meia-hora, meia-hora, meia-hora". Outra versão diz que falou assim "porque costumava brincar criando frases desconexas".
O brado se espalhou pela Faculdade de Direito. Foi incorporado ao Parabéns a Você com a "meia-hora" transformada em "é hora". Finalmente, acrescentou-se o "rá-tim-bum". Bertha de Mello, senhora educada, que compôs jingles e canções - é autora, com o pseudônimo Léa Magalhães (Condessinha), de Capelinha do Arraiá, cantada por Rolando Boldrin - jamais cometeria tanta deselegância.

Nos últimos anos os caolicos incorporaram um final diferente com uma espécie de uma pequena oração. "Que Jesus abençções  esta nossa oração que Maria lhes guarde dentro do coração".  

Dias Lopes.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

O BOM DA FESTA DE AGOSTO.



MUNDIM DO VALE X  SÁVIO PINHEIRO.

Mundim:
A festa do padroeiro
Pra mim é só alegria,
Vou beber durante o dia
Vou beber o dia inteiro.
Se acabar meu dinheiro
Nonato pode emprestar.
E eu saio de bar em bar
Bebendo e tirando ogosto.
Porque no mês de agosto
O BOM DA FESTA É FARRAR.

Sávio:
Já eu, faço diferente
Porque herdei muita fé,
Minha avó batia o pé
Pra envolver nossa gente.
E eu ainda inocente
Comecei a aceitar,
Pra hoje poder falar
Que Mundim é sem futuro.
Pois eu afirmo e seguro
O BOM DA FESTA É REZAR.

Mundim:
Eu também, Sávio Pinheiro
Sou católico eficiente,
Mas quando estou meio quente
Esqueço do padroeiro.
No forró sou o primeiro
Que faço a coisa esquentar,
Entro sem cota pagar
Depois pego uma empreguete.
E fico pintando o sete
O BOM DA FESTA É FARRAR.

Sávio:
Tu alem de rimar mal
É também um fofoqueiro,
Esculhamba um companheiro
Achando que é o tal.
Não tem amparo legal
Para querer debochar,
Porque só sabe rimar
Os versos de funaré.
E eu rimo a minha fé
O BOM DA FESTA É REZAR.

Mundim:
Vou terminar a peleja
Pedindo a meu São Raimundo,
Que proteja todo mundo
Que na sua festa esteja.
Os que forem pra igreja,
Os que tiverem rezando
E aqueles que estão brincando.
Os que vão para o sermão,
Os que vão pra procissão
E OS POETAS PELEJANDO.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

POESIA - PARABÉNS MUNDIM DO VALE


Mundim? É só no nome
Na poesia é mundão
É poeta de mão cheia
Aqui do nosso torrão
Pois lembra de coisas quer
Outro iria esquecer
Ninguém jamais lembraria
Do alfinim de Santana
Filó vendendo banana
E a venda de cacaria

Do nosso VELHO MERCADO
Da usina de seu Dirceu
Tudo isso Mundim lembra
Quem tá falando sou eu
Lembra um MUSEU ESPALHADO
Que jamais será juntando
Por ser todo particular
E não ter quem tenha a ação
De com muita dedicação
Seus objetos juntar

Poeta que canta tudo
Coisas daqui e de lá
Rimou Osama Bin Laden
Mexendo barro sem pá
Rimou Dolly a ovelhazinha
E também a baciazinha
Do cego pedir esmolas
Rimou comercio que quebrou-se
E gente aqui que enricou-se
Mesmo vendendo sacolas

O carrossel de Zé julho
Os bonecos de Damião
Os ramos da benzedeira
A novenas e o leilão
Rimou roleta de cana
E outras coisas bacanas
Existente no lugar
O CASSACO ANTONIO FRIMINO
E as travessuras de menino
Olhando os cachorros trepar

Conhece Deus e mundo
E as almas do purgatório
As que já estão no céu
E fazendo um adjutório
Metade das do inferno
Que estão no fogo eterno
Nosso poeta não esquece
Por desafio não o tome
Pois até nome por nome
Mundim também as conhece

Desafiou Zé limeira
E o nosso vate Bidim
Desmanchando o que ele fez
Feito um menino rim
Se passando por criança
Desafiou Dedé França
E até poetas no céu
Passou até por João Grilo
Mas enfrentou empecilho
Que foi desafiar Israel

Mundim é só no nome
Na poesia é mundão
É um poeta de mão cheia
Aqui do nosso torrão
Peço que ninguém me cale
Este é mundim do vale
Não sabe o que é fazer mau
Muitos lhes chamam assim
Uns nanun e tabaquim
E outros Raimundo piau

Raimundo Alves de morais
Seu nome de nascimento
Apelidos muito ganhou
Mas nunca se viu lamento
Dele; nem reclamação
Mas não venham com gozação
Nosso poeta Atacar
Arrepende-se quem faz assim
Fazer do mundão mundim
É querer contrastear.

Ele pensava que eu ia
Esquecer do seu cigarro
Ei ta que coisa abusada
É o diabo desse sarro
Poeta não brinque não
Deixe o cigarro de mão
Que esse bicho mata gente
Ainda bem que um fato
Eu estando com Nonato
Ele respeita o parente

Parabéns grande poeta
Você é merecedor
Quando eu falo aqui grande
É na poesia e no amor
As coisas da sua terra
Que em suas poesias encerra
Com valor e garantia
Receba meus parabéns
Porque eu sei que tu tens
Para nós grande valia.

V Alegre Sexta feira
13 de Agosto de 2010
           As 02 25
    Cláudio Sousa

POESIA - PARABÉNS POETA MUNDIM DO VALE


E UM GRANDE CONHECEDOR E PROPAGADOR DA HISTORIA DA CIDADE E DO NOSSO POVO.ADOTOU O CODNOME MUNDIM DO VALE TORNANDO-SE ELE MESMO O VALE ELE É REALMENTE É UM VALE; UMA VALE DE COISAS BOAS. PARABÉNS MUNDIM QUE MUITAS COISAS AQUI SÃO AO CONTRARIO VOCE NÃO FOGE A REGRA UM MUNDIM QUE É VERDADEIRAMENTE UM MUNDÃO

Mundim? É só no nome
Na poesia é mundão
É poeta de mão cheia
Aqui do nosso torrão
Pois lembra de coisas quer
Outro iria esquecer
Ninguém jamais lembraria
Do alfinim de Santana
Filó vendendo banana
E a venda de cacaria

Do nosso VELHO MERCADO
Da usina de seu Dirceu
Tudo isso Mundim lembra
Quem tá falando sou eu
Lembra um MUSEU ESPALHADO
Que jamais será juntando
Por ser todo particular
E não ter quem tenha a ação
De com muita dedicação
Seus objetos juntar

Poeta que canta tudo
Coisas daqui e de lá
Rimou Osama Bin Laden
Mexendo barro sem pá
Rimou Dolly a ovelhazinha
E também a baciazinha
Do cego pedir esmolas
Rimou comercio que quebrou-se
E gente aqui que enricou-se
Mesmo vendendo sacolas

O carrossel de Zé julho
Os bonecos de Damião
Os ramos da benzedeira
A novenas e o leilão
Rimou roleta de cana
E outras coisas bacanas
Existente no lugar
O CASSACO ANTONIO FRIMINO
E as travessuras de menino
Olhando os cachorros trepar

Conhece Deus e mundo
E as almas do purgatório
As que já estão no céu
E fazendo um adjutório
Metade das do inferno
Que estão no fogo eterno
Nosso poeta não esquece
Por desafio não o tome
Pois até nome por nome
Mundim também as conhece

Desafiou Zé limeira
E o nosso vate Bidim
Desmanchando o que ele fez
Feito um menino rim
Se passando por criança
Desafiou Dedé França
E até poetas no céu
Passou até por João Grilo
Mas enfrentou empecilho
Desafiar Israel

Mundim é só no nome
Na poesia é mundão
Nos seus versos tem de tudo
Aqui do nosso torrão
Peço que ninguém me cale
Este é Mundim do Vale
Não sabe o que é fazer mau
Muitos lhes chamam assim
Uns Nanun e Tabaquim
E outros Raimundo Piau

Raimundo Alves de morais
Seu nome de nascimento
Apelidos muito ganhou
Mas nunca se viu lamento
Dele; nem reclamação
Mas não venham com gozação
Nosso poeta Atacar
Arrepende-se quem faz assim
Fazer do mundão mundim
É querer contrastear.

Ele pensava que eu ia
Esquecer do seu cigarro
Eita que coisa abusada
É o diabo desse sarro
Poeta não brinque não
Deixe o cigarro de mão
Que esse bicho mata gente
Ainda bem que um fato
Eu estando com Nonato
Ele respeita o parente

Parabéns grande poeta
Você é merecedor
Quando eu falo aqui grande
É na poesia e no amor
As coisas da sua terra
Que em suas poesias encerra
Com valor e garantia
Receba meus parabéns
Porque eu sei que tu tens
Para nós grande valia.

Cláudio Sousa 

sábado, 11 de agosto de 2012

POESIA - SE ESTIVESSE EM NOSSO MEIO HOJE COMPLETARIA 61 ANOS



MOTE PARA UM POETA

SOUZA TÁ COM NOVA VIDA
MUITO BEM ACOMPANHADO.

Quando o bom Deus precisou
De um poeta lá em cima,
Ordenou a lei divina
Que logo a terra chegou.
Souza não questionou.
Chegando ao Vale Sagrado
Melhor que o do Machado
Fazendo a sua acolhida
SOUZA TÁ COM NOVA VIDA
MUITO BEM ACOMPANHADO.

Foi procurar Antonito
Encontrou foi Mestre Tim
Que estava com (Raimundim)*1
Para cantar um bendito.
Começou ficar aflito
Mas logo viu ao seu lado,
Um quadro todo enfeitado
Da Senhora Aparecida.
SOUZA TÁ COM NOVA VIDA
MUITO BEM ACOMPANHADO.

Ele tava na esperança
De encontrar Damião,
Pois viu ele com Brandão
Fazendo um show pra criança.
Os bonecos numa dança
Que deixou anjo animado
E o menino Deus sentado
Onde a mãe é recebida.
SOUZA TÁ COM NOVA VIDA
MUITO BEM ACOMPANHADO.

Encontrou-se com Bidinho
Numa sala cultural
Onde houve um recital
Na presença de (Joãozinho).*2
Em seguida veio (Serginho)
Como violão afinado
Luiz Gonzaga ao seu lado
Cantando a Triste Partida.
SOUZA TÁ COM NOVA VIDA
MUITO BEM ACOMPANHADO.

Chegou perto de Bié
Que estava tocando um sino,
Pra chamar Zé Clementino
E “Carlito Cassundé.” *4
Geraldo de Zé teté
Chegou lá encabulado,
Porque tocava um dobrado
Sem higiene devida.
SOUZA TÁ COM NOVA VIDA
MUITO BEM ACOMPANHADO.

Pedro Souza foi chegando
Com a harmônica na mão,
Disse: - Souza, meu irmão
Como tá a Zabumbando?
Souza disse: - Eu ví Fernando
Tocando muito animado,
No Barracão do Roçado
Quando eu estava de saída.
SOUZA TÁ COM NOVA VIDA
MUITO BEM ACOMPANHADO.

Chegou o Padre Vieira
Na garupa de um jumento
Que perguntou no momento
Por doutor Sávio Teixeira.
Sentou no pau da porteira
Imitou um relinchado
E o jumento assustado
Disparou numa corrida.
SOUZA TÁ COM NOVA VIDA
MUITO BEM ACOMPANHADO.

Poeta você deixou
Para nós uma lição,
Foi poeta do sertão
E nunca se acomodou.
Mas se Deus lhe convidou
Você cumpriu o chamado
Porque tava preparado
Para uma nova investida.
SOUZA TÁ COM NOVA VIDA
MUITO BEM ACOMPANHADO.

Mundim do Vale.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A DEVOÇÃO DE UM POVO - Por Mundim do Vale


O TERMÔMETRO DE FÉ DA NOSSA GENTE
É A FESTA DO SANTO PADROEIRO.


Lá da torre São Raimundo já agradece 
Aos fiéis que de longe vem chegando, 
Padre Mota começa celebrando 
O início da festa com uma prece. 
A pracinha da igreja, mais parece 
Com a rotina de trabalho em formigueiro, 
Quem subir a escada do cruzeiro 
Já enxerga, São Raimundo e São Vicente. 
O TERMÔMETRO DE FÉ DA NOSSA GENTE 
É A FESTA DO SANTO PADROEIRO. 

Um devoto traz a esmola de feijão, 
De arroz, rapadura ou farinha 
Já tem outro que traz uma galinha, 
Um capote, um peru ou um capão. 
Quem não traz arremata no leilão 
Uma prenda para dar ao companheiro, 
Paga a conta com cheque ou com dinheiro 
E assim acontece uma corrente. 
O TERMÔMETRO DE FÉ DA NOSSA GENTE 
É A FESTA DO SANTO PADROEIRO. 

É a terra do arroz em oração 
Transformada em um grande santuário, 
As pastoras, os fiéis e o vigário 
Conduzindo o andor na procissão. 
O que era contraste, é devoção 
De um povo católico verdadeiro, 
Quando um pensa que vai chegar primeiro 
Já tem outro devoto em sua frente. 
O TERMÔMETRO DE FÉ DA NOSSA GENTE 
É A FESTA DO SANTO PADROEIRO.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

A 13 ANOS POPÓ ERA CAMPEÃO MUNDIAL DE BOXE


No dia 7 de agosto de 1999, o baiano Acelino "Popó" Freitas conquistou o primeiro título mundial de uma carreira vitoriosa no boxe.


Em 95 segundos de luta, o pugilista brasileiro nocauteou o russo Anatoli Alexandrov e sagrou-se campeão mundial na categoria Superpena pela Organização Mundial de Boxe (OMB). O russo não suportou os duros golpes de Popó, foi à lona, recebeu atendimento de urgência e foi transferido para o hospital. Relembre a luta em reportagem do "Jornal Nacional".

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

POESIA - DIA DO POETA CORDELISTA

PARABÉNS A TODOS OS POETAS CORDELISTAS ESPECIALMENTE AOS DO NOSSO MUNICÍPIO.

 A literatura de cordel é um tipo de poesia popular impressa em folhetos ilustrados com xilogravuras. O nome vem da forma como os poemas eram apresentados ao público: os livretos eram pendurados em cordões em feiras e mercados populares. Trazido pelos portugueses na segunda metade do século XIX, esse gênero literário permanece até hoje bastante difundido no Nordeste, especialmente nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Alagoas

RECEITA PARA CORDEL - Por Mundim do Vale.

O verso para cordel
Fica bem em septilha,
Mas faltando ingrediente
Pode ser feito em sextilha,
Faça por essa receita
Que fica uma maravilha.

Não esqueça de botar
Um pouco de alegria,
Humor é fundamental
Para a boa poesia,
Se o colega duvidar
Confirme com Zé Maria.

Não queira fazer volume
Não force a inspiração,
O cordel tem que ter arte,
Rima e metrificação,
Lembre que o melhor sabor
É da pequena porção.

Desenvolva seu cordel
Com humildade e amor,
Coloque tempero bom
Para agradar o leitor,
Pois ele é quem avalia
A receita do autor.

Se você tem esse dom
Só precisa aprimorar,
Se nasceu pra ser poeta
A rima não vai faltar,
Você acha inspiração
Sem precisar se esforçar.

Uma pitada de rima
Você tem que acrescentar,
Métrica se faz relevante
Para o verso não quebrar,
Na cobertura uma capa
Para melhor ilustrar.

Para o cordel não queimar
Faça a receita segura,
Acrescente a construção
E o enredo na mistura,
Depois faça a impressão
Em média temperatura.

Faça sozinho a receita
Pra ser personalizada,
Não é bom fazer cordel
Com ajuda atrapalhada,
Panelas que muitos mechem
Ou fica insossa ou salgada.

Não bote muita pimenta
Controle também o sal,
O cordel precisa ser
Espontâneo e natural,
Que depois de concluído
Tem seu valor cultural.

A receita de cordel
Tem que ser bem coerente,
Se o colega quer fazer
Procure um tema decente,
Para não ficar vulgar
Obedeça a sua mente.
A receita pede ainda
A responsabilidade,
O cordel é um projeto
Que requer capacidade,
Para não ficar restrito
Somente a maioridade.

Fazendo pela receita
Sabendo metrificar,
Botando a rima perfeita
No seu devido lugar,
Nenhum catador de pulgas
Vai ter erros pra catar.

Faça toda essa receita
Bem distante do fascismo,
Não deixe se aproximar
De onde houver o machismo,
Procure evitar também
Contato com o racismo.

Bote os temperos com calma
Cada um na sua vez,
Não esqueça de botar
Dez gramas de sensatez,
Que quando o leitor olhar
Já sabe quem foi que fez.

Bote um pouco de equilíbrio
Pra manter a disciplina,
Não vá repetir temperos
Para não virar rotina,
Depois coloque o aroma
Da essência nordestina.

Quando a mistura apurar
Polvilhe sinceridade,
Enquanto ela descansa
Faça o molho da amizade,
Para depois ser servida
Com o recheio da verdade.

Coloque tudo na ordem
Antes de botar na mesa,
Verifique a aparência
Para servir com certeza,
Que a receita ficou
Ilustrada com pureza.

Mexendo bem devagar
Vá botando sentimento,
Bote a ética gradual
Conforme o seu pensamento,
E para não embolar
Bote todo o seu talento.

A receita também mostra
O cordel como mensagem,
O autor vira um ator
Do seu próprio personagem,
E assim o poeta faz
Mais perfeita a sua imagem.

Depois da receita pronta
O leitor vai degustar,
E autor sem vaidade
Fica a se perguntar:
Será que eu contribuí
Pra cultura popular?

Não deixe que o orgulho
Altere seu proceder,
Não alto se valorize
Mantenha o jeito de ser,
Pois quem julga seu cordel
È o leitor depois de ler.

Se você tá começando
Leia a receita também,
Que um dia você será
Um cordelista de bem,
Mas cresça com humildade
Sem atropelar ninguém.

Se o leitor já é poeta
Desculpe a intervenção,
Não sou nenhum professor
Para querer dar lição,
Eu também ando na busca
Da fonte de inspiração.

Aqui termino a receita
De um cordel confeitado,
Espero que os poetas
Recebam bem o recado,
Assino Mundim do Vale
Da região do Machado.