Um telhado mesmo de telha
velha e suja
Por ali muitos gato fez
amor
E gata entre prazeres e
dor
Ali fez muito barulho a
dita cuja
E se o gato apertar quero
que fuja
Para esta coisinha não
engravidar
Pois se caso acontecer não
vou criar
Para não me chamarem de
morfino
Na visão de um poeta
nordestino
Em tudo tem algo para se
falar.
Dos gatos a lagartixa se
livrando
Põe seus ovos em um buraco
seguro
Gostando sempre de por ao
pé do muro
Passa o dia insetos
caçando
E sempre sempre ao seu
buraco voltando
Para ver como o seu ninho
estar
Se um gato quiser lhe
abocanhar
Ela foge desse quê é duro
destino
Na visão de um poeta
nordestino
Em tudo tem algo para se
falar.
Hoje por causa desse tal
de celular
Não se ver mais
brincadeiras tão decentes
Ficam só memórias
remanescentes
De uma época onde vivíamos
a brincar
E os joelhos nos batentes
a ralar
Lá brincava era menina e
menino
Na visão de um poeta
nordestino
Em tudo tem algo para se
falar.
Dois quadros simples em
uma parede
Pior que água depois que
mata a nossa sede
Parece também com uma
tifanga de rede.
Que Já foi muito usada pra
deitar
E agora nem se quer pra o chão
limpar.
É sempre assim o refrão desse
nosso hino
Na visão de um poeta
nordestino
Em tudo tem algo para se
falar.