sexta-feira, 21 de novembro de 2025

FALECE NO SITIO BOA VISTA O CABELEIREIRO JOÃO CABOCLO.



A nossa vida a um sopro é semelhante
E nós passamos como o tempo, num instante
Pois mil anos para Deus são como um dia
Como a vigília de uma noite que se foi.
 
Tal como a flor que de manhã no campo cresce
Logo de tarde ela caiu e fenece
A nossa vida é assim é muito breve.
 
É sempre solidário as famílias de quem parte desta para a eternidade, que encaramos mesmo contritos a dura missão de anunciarmos o falecimento de amigos ouvintes e etc. E nos foi assim hoje 21/11/2025, quando nos deparamos com o comunicado por parte de familiares dando conta do falecimento de  João Caboclo (João Cabeleireiro), ocorrido na noite de ontem, na comunidade de Boa Vista, na zona rural de Várzea Alegre.
 
Um homem cuja presença simples carregava uma grandeza que muitos só percebem depois que o tempo leva. Ele não era apenas um cabeleireiro; era confidente, amigo, conselheiro e, para muitos, parte da própria história da vila. Seu nome agora ecoa nas lembranças daqueles que tiveram o privilégio de sentar em sua cadeira e sentir o leve toque de suas mãos experientes.
 
Com sua tesoura, instrumento principal de trabalho e extensão de sua própria alma, ele esculpia mais que cabelos: ele moldava autoestima, confortava corações e espalhava alegria. Era comum ouvi-lo dizer que a tesoura não cortava apenas fios, mas preocupações — e quem saía de seu pequeno salão podia confirmar isso. Cada corte carregava conversa boa, risada franca e aquela sabedoria humilde que só quem vive em comunidade sabem oferecer.
 
Na Boa Vista, sua ausência deixou um silêncio diferente, desses que não se preenche facilmente. As portas do seu salão já não se abrem, mas as histórias continuam: do menino que cortou o cabelo pela primeira vez com ele, do senhor que fazia questão de aparar a barba toda semana, da vizinha que confiava somente em suas mãos para arrumar o cabelo nas festas da cidade.
 
Hoje, a comunidade se reúne não apenas para lembrar sua habilidade com a tesoura, mas para celebrar o homem generoso, dedicado e gentil que ele foi. Um homem que, em cada corte, deixava um pouco de si — e que agora permanece vivo em cada memória, em cada sorriso e em cada gesto de carinho que inspirou.
 
Que sua tesoura descanse, mas que seu legado continue aparando saudades e alinhando lembranças. Boa Vista se orgulha de tê-lo tido como filho, e Várzea Alegre agradecem pela beleza que ele espalhou, dentro e fora do salão.






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