FALECE NO SITIO BOA VISTA O CABELEIREIRO JOÃO CABOCLO.
A
nossa vida a um sopro é semelhante
E
nós passamos como o tempo, num instante
Pois
mil anos para Deus são como um dia
Como
a vigília de uma noite que se foi.
Tal
como a flor que de manhã no campo cresce
Logo
de tarde ela caiu e fenece
A
nossa vida é assim é muito breve.
É
sempre solidário as famílias de quem parte desta para a eternidade, que
encaramos mesmo contritos a dura missão de anunciarmos o falecimento de amigos
ouvintes e etc. E nos foi assim hoje 21/11/2025, quando nos deparamos com o
comunicado por parte de familiares dando conta do falecimento de João Caboclo (João Cabeleireiro), ocorrido na
noite de ontem, na comunidade de Boa Vista, na zona rural de Várzea Alegre.
Um
homem cuja presença simples carregava uma grandeza que muitos só percebem
depois que o tempo leva. Ele não era apenas um cabeleireiro; era confidente,
amigo, conselheiro e, para muitos, parte da própria história da vila. Seu nome
agora ecoa nas lembranças daqueles que tiveram o privilégio de sentar em sua
cadeira e sentir o leve toque de suas mãos experientes.
Com
sua tesoura, instrumento principal de trabalho e extensão de sua própria alma,
ele esculpia mais que cabelos: ele moldava autoestima, confortava corações e
espalhava alegria. Era comum ouvi-lo dizer que a tesoura não cortava apenas
fios, mas preocupações — e quem saía de seu pequeno salão podia confirmar isso.
Cada corte carregava conversa boa, risada franca e aquela sabedoria humilde que
só quem vive em comunidade sabem oferecer.
Na
Boa Vista, sua ausência deixou um silêncio diferente, desses que não se
preenche facilmente. As portas do seu salão já não se abrem, mas as histórias
continuam: do menino que cortou o cabelo pela primeira vez com ele, do senhor
que fazia questão de aparar a barba toda semana, da vizinha que confiava
somente em suas mãos para arrumar o cabelo nas festas da cidade.
Hoje,
a comunidade se reúne não apenas para lembrar sua habilidade com a tesoura, mas
para celebrar o homem generoso, dedicado e gentil que ele foi. Um homem que, em
cada corte, deixava um pouco de si — e que agora permanece vivo em cada
memória, em cada sorriso e em cada gesto de carinho que inspirou.
Que
sua tesoura descanse, mas que seu legado continue aparando saudades e alinhando
lembranças. Boa Vista se orgulha de tê-lo tido como filho, e Várzea Alegre agradecem
pela beleza que ele espalhou, dentro e fora do salão.
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