A febre aftosa está com os dias contados. O objetivo do governo é obter, até 2015, o status de país livre da doença. Para isso, a primeira etapa da campanha de vacinação, que começou no início de maio, vai se estender até julho, já que quatro estados nordestinos acometidos por estiagem tiveram que alterar sua programação.
No agreste e no sertão de Pernambuco, além do estado do Rio Grande do Norte, os pecuaristas deverão efetuar a vacinação no rebanho no mês de junho. Em julho, será a vez da imunização de Alagoas e Sergipe. Para Rio Grande do Sul, Paraná, todos os estados do centro-oeste, do sudeste e demais estados do Nordeste, o calendário de vacinação permanece inalterado. Santa Catarina já é considerado livre da febre sem vacinação.
De acordo com o coordenador do Programa Contra a Febre Aftosa do Ministério da Agricultura, Plínio Lopes, as chamadas Zonas não livres de médio risco, que incluem os estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão e norte do Pará, serão consideradas livres da doença ainda no primeiro semestre. “Depois partiremos para as zonas de maior risco, como Amazonas, Roraima e Amapá, tornando-as de médio riscos”, afirma Lopes.
Em 2014, todos os estados devem estar livres da febre, de acordo com o Ministério da Agricultura. Mas o reconhecimento internacional, outorgado pela Organização Mundial de Saúde Animal, deve ocorrer apenas no ano seguinte. “O animal que está em uma zona que não é livre, de qualquer risco, não pode entrar na zona livre, com ou sem vacinação”, explica o coordenador do programa.
Importância
Como maior exportador de carne bovina do mundo, o Brasil sabe quão importante será esse reconhecimento internacional. Em 2005, após descoberta de foco da doença no Mato Grosso do Sul, 59 países embargaram importações do País. Assim, 40 mil cabeças de gado tiveram que ser sacrificadas. Neste ano, os técnicos do ministério realizaram testes no estado e não constataram a existência do vírus.
No cenário internacional, a América do Norte, a América Central e a Oceania estão completamente livres da doença. O destaque são os Estados Unidos, livres da doença há quase um século. Na Europa, a situação não é tão confortável, especialmente no Reino Unido. Em 2001, a Inglaterra teve que sacrificar mais de sete milhões de bovinos por um surto.
A doença
A febre aftosa é altamente contagiosa, especialmente entre animais biungulados, ou seja, aqueles com casco fendido, principalmente gado bovino, tanto de leite quanto de corte, e suínos. O animal sofre com febre, ferimentos na boca, aftas na língua, lesões nos cascos e falta de apetite. Ele tem dificuldade de se locomover, produz baba em excesso, contamina outros, para de dar leite, deixa de comer, emagrece rapidamente e, muitas vezes, morre.