quinta-feira, 9 de abril de 2015

NOSSO POVO, NOSSA GENTE - LUIS DE ELVESSO


Luís Gonçalves de Pinho, nascido aos 09 de abril de 1955, no sítio Iputí deste município, filho de Everton Gonçalves de Pinho e Luzia Lurdes Ferreira. Tendo apenas uma irmã, Expedita Ferreira Pinho, esta residente em Paraopeba estado do Pará. Teve pouca oportunidade para os estudos, tendo iniciado os mesmos na Escola do Sítio S. Vicente, tendo como primeira a professora Vilanir, filha do senhor Duquinco. Estudando apenas uns três anos, não tendo estudado mais até hoje. Morou ainda no sítio Barreiros, depois residindo no Peri-peri e em seguida na cidade. Segundo  ele o seu Don poético foi dado por Deus, mas desde criança, que admira e acompanha os poetas cantadores. Por volta dos seus 10 anos, já costumava assistir cantorias. Fora observando que desenvolveu a arte da poesia, não recorda qual fora seu primeiro trabalho poético dentre várias poesias composta por ele.
Casado com a senhora Luzia Maria da Silva com quem tem a filha, Cícera da Silva Pinho Lima. Não se envergonha de ter sido alcoólatra bebendo por 23 anos, passado nessa época 19 anos separado da esposa. Porque  hoje serve de exemplo para muitos que hoje não conseguem deixar o vício. Segundo ele teve o primeiro contato com a cachaça aos 8 anos de idade em um fogo de broca. No auge do vicio chegou à ralé, de ser costumeiro encontrar caído pelas calçadas, feito as necessidades fisiológicas nas próprias roupas.  Tendo também passado em uma dessas épocas, passado cerca de 40 dias internado no Isolamento do hospital São Raimundo, quase sem esperança, mas onde todos os dias recebia a visita do Dr. Raimundo Sátiro, a quem agradece pela persistência.  Nessa época, separado da mulher conviveu certo tempo com a também alcoólatra Narcisia.  Mas mesmo em sua conturbada maneira de viver, ainda fazia versos de improviso e de quando em vez relatava em versos a sua triste situação. A exemplo:     

Eu sou de família boa
Tem gente que até critica
Com tanta família rica
Eu viver bolando a toa
Eu sou o tipo de pessoa
Que a família não quer ver
Mesmo eu já nasci pra ser
Um pé rapado qualquer
Vivendo porque Deus quer
Mas não que eu possa viver.

Quando ele alcoólatra frequentava o comercio de Til localizado no Alto do Tenente, quando em uma das idas do centro da cidade ao referido bairro, como era de costume de quando em vez sofria um tropeção, e um destes foi tão forte que levantara uma das unhas do dedo grande do pé. Ao chegar ao referido comercio com o chinelo colada ao pé de tanto sangue. Um cidadão que estava no lá, o desfiou a fazer um verso com aquela topada. No que ele falou, pague uma dose de cachaça pra mim que eu faço. O cidadão pagou ele tomou a cachaça, jogou um pouco em cima do dedo ferido e nisso falou:

Não tenho mais nada na vida
Meu grande amor se acabou
Olha o tamanho da topada
Que este égua levou.

(intervalo pra respirar, olhou para a unha ferida, arrancou o restante e terminou o verso dizendo).

E não tem mais nem uma unha
Das que Elvesso deixou.       

São vários os seus trabalhos escritos, dente os quais para homenageá-lo em seu dia destacamos.

Meu nome é Luis de Elvesso
Repentista de alinho
Uns me chamam Luizinho
Outros Luis azaverso
Mas através do meu verso
Jamais alguém me entendeu
Só Jesus o Galileu
Sabe a peça que criou
Ninguém sabe quem eu sou
Quem sabe o que sou, sou eu

Uns dizem que tenho sorte
Outros que sou azarado
Uns me chamam de coitado
Outros me chamam homem forte
Se uns me deseja a morte
Outros zelam do que é meu
Se um me chama de Tadeu
Outro chama gigolô
Ninguém sabe quem eu sou
Quem sabe o que sou. Sou eu

Uns me chamam de poeta
Outros me chamam ladrão
Uns me chamam campeão
Outros me chamam pateta
Se um me chama profeta
Outro me chama lopeu
Até o velho Zaqueu
Meu trabalho censurou
Ninguém sabe quem eu sou
Quem sabe o que sou, sou eu.

Luis Gonçalves de Pinho
(Luis de Elvesso)
V . Alegre em 20 abril de 2005

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