O comportamento de birra
de uma criança é a demonstração de irritação e insatisfação com uma situação na
qual ela não consegue lidar. Normalmente apresenta-se de maneira corporal
através de gestos, gritos e choro. Devido a criança quando pequena não
conseguir expressar seus sentimentos através
da linguagem e ter grandes dificuldades em lidar com frustrações, ela explode numa crise de raiva.
A birra pode ter dois
significados: um deles nomeado pelo senso comum de “criança mimada” que na
maioria das vezes acontece quando os pais são permissivos em demasia e dão aos
filhos o controle de toda situação, contribuindo para formação de crianças sem
limites, autoritárias e que não sabem lidar com as frustrações, pois, não são capazes
de lidar com todo esse controle concedido pelos pais. E outro significado
trata-se da criança fazer notar uma necessidade sua, não por ser mimada, mas
por algum tipo de carência que os pais não estão reconhecendo. Seja qual for o
significado existe a necessidade de agir.
Devido a falta de
paciência dos pais muitas vezes ocasionada por
motivos como: cansaço, nervosismo, estresse do trabalho, existe a
tendência em ceder aos desejos dos filhos ao invés de lhe impor limites, porém
é necessário pensarmos que mesmo as crianças sendo resistentes às regras vão
precisar delas para crescerem seguras.
A tarefa de estabelecer
limites não é fácil, mas, deve haver um consenso entre os pais, um não deve
desautorizar o outro, pois, a criança percebe a falta de equilíbrio e recorrerá
àquele que mais lhe agradar.
Em um momento de crise
(birra) os pais não podem assumir uma postura de autoritários mas, de
autoridade. Devem ser amigos de seus filhos, porém, não deixando de serem pais.
Não devem ceder, pois, nesse momento a criança está testando seu controle e
verificando quem pode com ela, mas também não se deve entrar no foco do
problema como: discutir o comportamento inadequado, gritar, tentar convencê-la
através de argumentações, pois, nesse instante além da criança não ouvir e nem
compreender nada que se fale, essas atitudes poderão gerar raiva e medo. A melhor
solução é tratar a situação de maneira eficaz com calma e firmeza.
Os pais são os primeiros
referenciais de mundo para os filhos, por isso a importância de uma imagem que
transmita autoridade, firmeza, segurança. Mas, também é fundamental para
criança que ela receba um olhar diferenciado, um colo, um abraço, um brincar de
jogar travesseiros, um rolar no tapete da sala, para algumas pessoas essas
atitudes deixa a criança mimada, porém mimos são coisas materiais, brincadeiras
são demonstrações de afeto.
Pais não devem compensar
suas ausências sempre com compras de brinquedos, mas com momentos de
brincadeiras, onde terão a oportunidade de ensinar limites, dar atenção,
carinho e amor. O tempo separado para estar com o filho pode ser pequeno, pois
o que vai importar não é a quantidade, mas, a qualidade do planejamento que
será realizado nesse tempo.
Lembrem-se, crianças bem
supridas emocionalmente raramente tem crises de birra!
Por Márcia Rodrigues -
psicóloga (http://www.psicologoeterapia.com.br/psicologos/marciarodrigues)
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