O
tropeiro, condutor de tropa, arrieiro ou bruaqueiro é a designação dada àquele que
conduzia comitivas de muares e cavalos, entre as regiões de produção e os
centros consumidores no Brasil. Antes das estradas de ferro e dos caminhões, todo
o comércio de mercadorias era feito por tropeiros, nas regiões onde não havia
alternativas de navegação marítima ou fluvial para sua distribuição. As regiões
interioranas, distantes do litoral, dependeram, durante muito tempo, desse meio
de transporte por mulas, o que viabilizou o comércio, e tornou-se elemento
chave na reprodução econômica do país.
Além
de seu importante papel na economia, o tropeiro teve importância cultural relevante
como veiculador de ideias e notícias entre as aldeias e comunidades distantes entre
si, numa época em que não existiam estradas no Brasil. Em Várzea Alegre, Gonçalo
Araripe Serra Grande, Antônio Gonçalo Araripe e Raimundo Gonçalo (Mundinho
Gonçalo) marcaram o tropeirismo.
Antônio
Gonçalo Araripe começou a atividade de tropeiro em Lavras da Mangabeira,
cidade que, no período de 1900 até 1950, foi importante centro comercial. Por
ali passava o trem da antiga RFFSA, à época, um dos mais importantes meios de transporte,
tanto de passageiros como de carga, que beneficiava os municípios de Várzea
Alegre, Aurora, Quixará (hoje Farias Brito), Cariús, distritos e povoados circunvizinhos,
muitos deles, hoje, já são cidades.
E
nesta próxima quinta feira, dia 27, Antônio Gonçalo de Souza, bisneto, neto e
filho de tropeiros, lança livro sobre o assunto - um presente aos pais,
Raimundo Gonçalo Araripe (Mundinho) e Rita Maria de Souza, que em 27 de
outubro/2016 completam 66 anos de casados.
Mundinho,
tropeiro por 40 anos, completará 90 anos de idade. Bela e carinhosa maneira de
presentear também os varzealegrenses, com estas belas páginas para a história
do município.
Texto adaptado do prefacio da referida obra da Escritora
Maria
Linda Lemos Bezerra
Academia
de Letras dos Municípios do Estado do Ceará - ALMECE
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