domingo, 28 de junho de 2020

DOMINGO COM POESIA - A MAQUINA DE FOTOGRAFIA DE MUNDIM DO VALE


 

Mundim do vale arrumou

Uma maquina de valia

E deu uma volta no sertão

Fazendo fotografia

Nem Jesus de Valdeliz

Quis assim como ele quis

O nosso sertão mostrar

Pra nossa posteridade

O sertão e a cidade

As coisas do nosso lugar

 

Essa máquina do Mundim

É melhor que a de Jesus

Tira retrato de noite

Sem precisa botar luz

E se o retrato for de dia

Ele dar a garantia

De ser entregue à tardinha

Antes mesmo do sol posto

Caboclo não tem desgosto

Que a foto sai boazinha

 

Seu Luis me mandou uma

Que pra mim muita coisa vale

Mas não chega nem no rasto

Dessa de Mundim do Vale

A minha é quatorze mega

A dela eu não sei quanto pega

Mas é pra mais de um milhão

Pelo que ouvi terem falado

E por ver fotografado

Tudo do nosso sertão

 

Mundim me empreste essa maquina

Pra eu rodar pelo Brasil

Pra você ver eu fotografar

A capela de Maria de Bil

A capela da formiga

E dois galos bom de briga

Brigando lá no terreiro

Fotografava um canário

Que fogoso faz o cenário

Do nosso sertão verdadeiro

 

Também tirava retrato

Dos bonecos de Damião

Uma tuia de penitentes

Fazendo sua oração

Seguindo esse itinerário

Também fazia do rosário

Da rezadeira rezar

Fazia uma bibliofotografia

Pra posterioridade um dia

Ter como se resgatar


Mas como é que eu vou fazer

Se Mundim a mim não empresta

E a que seu Luiz Carlos me deu

Nem arrumando não presta

E eu querendo fotografar

Pra os cento e cinqüenta comemorar

Anos do nosso torrão querido

Mas vou com o meu celular

Pelo menos tentar mostrar

O que restou do vivido


                            Claudio Sousa 

                    Várzea Alegre 29 03 2020


Nenhum comentário:

Postar um comentário