quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Várzea Alegre incentiva cultivo da madeira mogno



Várzea Alegre. "Ouro verde". É assim que o mogno é conhecido por seu alto valor comercial. No Brasil, já há em várias regiões fazendas com cultivo da madeira nobre como investimento em longo prazo. Nesta cidade, localizada na região Centro-Sul, o empresário Carlos Kleber Correia decidiu iniciar um plantio em uma área de 360 hectares do mogno africano, uma espécie adaptada ao Brasil, na Serra dos Cavalos, divisa com Caririaçu.

Recentemente, por ocasião do feriado municipal dedicado ao aniversário de fundação da cidade, foram distribuídas e plantadas 700 mudas de mogno em praças e escolas públicas. A ideia é difundir o valor comercial da madeira e incentivar moradores a fazerem o plantio mesmo em áreas reduzidas. "Será uma poupança para ser colhida em 18 anos", assegura Carlos Kleber. Hoje, o metro cúbico do mogno é avaliado, em média, em R$ 4 mil. Numa área de um hectare daria uma renda estimada em R$ 2 milhões.

Sementes do Pará

Há um ano, o empresário Carlos Kleber trouxe do Pará sementes da variedade kahia ivorensis (mogno africano). "Estudei sobre o plantio e desenvolvimento da madeira", disse. "A espécie africana é resistente e cresce mais rápido". A ideia do empreendedor é formar neste Município um polo de produção de madeira de lei. Para isso, está divulgando o projeto e incentivando outros empresários locais a aderirem ao cultivo da árvore. A iniciativa tem por objetivo ampliar a economia local nas décadas seguintes. Na Serra dos Cavalos, inicialmente serão cultivados 18 módulos de 20 hectares, totalizando 360ha.

A cada ano, será implantada uma unidade. O cultivo exige irrigação por três anos, numa média de 20 litros por árvore em dias alternados, e adubação por cinco anos. "Vamos construir três açudes para assegurar o abastecimento do plantio de mogno, que terá certificação das instituições ambientais", disse o empresário.

Demanda

A população mundial está crescendo e a demanda por madeira aumenta a cada ano. Mediante essa constatação, o empresário Carlos Kleber decidiu investir no plantio de uma floresta de mogno africano. "Tenho estudado muito sobre o plantio de mogno e, a cada dia, me surpreendo como é rentável essa atividade", frisou. "Se tivermos em Várzea Alegre, daqui a 20 anos, três mil hectares de mogno plantado, com certeza, alcançaremos uma riqueza invejável, uma economia em expansão".

O projeto do empresário Carlos Cleber prevê a formação de consórcios entre produtores rurais locais, com grupos de dez ou 20. Segundo cálculos do empreendedor, a cada ano seriam cultivados 25 hectares durante 18 anos, perfazendo um total de 450 hectares.

Um hectare dá em média 500 metros cúbicos de madeira serrada. O preço hoje é de R$ 4 mil o metro cúbico. Um hectare representa, portanto, R$ 2 milhões e em 25 hectares a renda estimada será de R$ 50 milhões. Cada sócio terá uma rentabilidade anual de R$ 5 milhões.

Nova árvore

Após cortar a árvore no ciclo de 18 anos, o mogno rebrota novamente para um novo ciclo de igual período. Há estudos que apontam que o valor do mogno pode dobrar em 15 anos.

A espécie brasileira tem maior valor no mercado internacional, mas apresenta suscetibilidade a uma doença que pode afetar o tronco.

O empresário disse que estuda projetos de financiamento de bancos oficiais para implantação de florestas, pagamento por muda cultivada e obtenção de crédito de carbono.

A madeira é valorizada para carpintaria, marcenaria, móveis, construção naval e lâminas decorativas.

São apropriados para se fabricar pisos, acabamentos interiores, corpos de veículos de luxo, automóveis, iates, e outras variadas finalidades.

Fique por dentro

Potencial de mercado

No Brasil, estima-se que há 5.000 ha de mogno plantado e em implantação. As sementes são produzidas por árvores entre oito a dez anos de idade. A exigência de pluviosidade para área plantada é de 650mm a 1.500mm anual. No Nordeste, por causa da falta de água, deve ser feita irrigação por gotejamento, no sistema de micro aspersão. Pode-se consorciar outras culturas no meio do mogno por até três anos. A árvore não suporta geadas em áreas muito frias. O plantio pode ser de 500 árvores por hectare, com espaçamento de 4m por 4m.

Há estudos que apontam que o preço pode dobrar em 15 anos, pois os governos vão controlar cada vez mais a extração ilegal e as reservas particulares no mundo são novas e ainda demoram de quatro a oito anos para iniciar produção em larga escala. Porém, mesmo assim, as fazendas são insignificantes em relação a crescente demanda por madeira de lei. Há mercado consumidor em expansão para futuros projetos.

Valorizçaão

500 metros cúbicos de madeira serrada mogno podem ser obtidos em um hectare cultivado. Atualmente, o metro cúbico da espécie está sendo calculada em R$ 4 mil no mercado.

Mais informações

Secretaria de Agricultura de Várzea Alegre, Av. Vicente Alves Costa, 66, telefone: (88) 3541.1522
agricultura@varzeaalegre.ce.gov.br

Honório Barbosa
Repórter

2 comentários:

  1. Excelente idéia desse empresário Varzealegrese que na verdade tem visão de futuro. Mais uma grande alternativa de renda para as famílias Rurícolas, pois somos conhecedores da grandeza desse trabalho, que além de beneficiar os nossos agricultores familiares vai contribuir na geração de emprego e renda e na preservação do Meio Ambiente e melhoria da nossa biodiversidade.

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  2. NAO TENHA DUVIDA JOÃO PRECISÁVAMSO QUE MAIS EMPRESARIOS TIVESSEM ESSA MENTALIDADE OBRG POR SUA PARTICIPAÇÃO EM NOSSO BLOG

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