Eita! Boneco danado
Pra gostar de aventura,
O padrasto na Cultura
E ele todo enrolado.
Fica comprando fiado
Nas bodegas da Varjota,
Dança sem pagar a cota
E briga no calçadão.
No tempo de Damião
Não era assim tão fiota.
Logo depois do natal
Joãozinho botou boneco,
Bebeu em cada boteco
Do Alto do Coloral.
Passou pelo Juremal
Arrumou logo uma briga,
Bateu numa rapariga
E foi parar lá no Ronca.
Para completar a bronca
Deixou por lá outra
intriga.
Cláudio Souza na procura
E nada de encontrar,
O jeito foi divulgar
O sumiço na cultura.
No Alto da Prefeitura
Gente ruim tem de magote,
Um cabra pegou o mote
E ligou dizendo Assim:
- Pode vir buscar Joãozim.
Cláudio foi, mas era um
trote.
Cláudio Souza procurava
E nada de encontrar,
Só as contas pra pagar
Que o Boneco deixava.
Em cada bar que passava
A farra já era certa,
A conta ficava aberta
Que ele não tinha
dinheiro.
Mas dizia, em janeiro
O meu padrasto acerta.
No parque entrou sem pagar
E ainda botou uma quenga,
Lá dentro fez uma arenga
Com o gerente do bar.
Depois pegou a chorar
Dizendo: - Eu sou
desprezado,
Sou menor abandonado
Não há quem goste de mim.
Eu vou é tomar chumbim
Para morrer sossegado.
Eita! Que povo esquecido
Gente de pouca memória,
Eu também já fiz história
Fui muito bem aplaudido.
Das crianças fui querido
Pelas brincadeiras minha,
Naquele tempo não tinha
Criança tão avançada.
Hoje em dia a meninada
Gosta é de Toca e
Toquinha.
Fez a maior cascaria
Na posse de Vanderley,
Disse: - Foi em você que
votei
Quero uma secretaria.
Não aceito covardia
Sacanagem eu não tolero,
Minha tolerância é zero
Não aceito enrolação.
Se não, na outra eleição
Eu vou votar no Homero.
Mas eu até que sabia
Por onde Joãozinho andava,
O Cláudio Me perguntava
E eu só de mal não dizia.
Mas deu-se que um certo
dia
Acabou-se a brincadeira,
Cláudio chegava da feira
Um tanto preocupado,
Quando encontrou bem
sentado
O Boneco na cadeira.
POR - MUNDIM DO VALE.
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