Funceme
apresentou previsão climática mostrando 43% de probabilidade de precipitações
em torno da média histórica. Aporte aos açudes ainda preocupa
A
probabilidade de chuvas dentro da média histórica no Ceará é de 43% para os
meses de março, abril e maio. O prognóstico, divulgado pela Fundação Cearense
de Meteorologia (Funceme) na manhã desta terça-feira (21), também projeta 20%
chances de chuvas acima da média e 37% de probabilidade de precipitações abaixo
da média.
Apesar
da expectativa, ações de segurança hídrica devem permanecer, já que as recargas
aos açudes nesses dois primeiros meses do ano ainda não são suficientes para
atenuar o rastro dos cinco anos consecutivos de estiagem.
O
presidente da Funceme, Eduardo Sávio, explicou que, mesmo que os índices
estejam dentro da média histórica, não há certeza de que haverá aporte hídrico.
“Quando a gente roda as simulações de vazão d’água, com base no prognóstico, a
tendência é de o escoamento ficar abaixo da média. Isso não significa que
teremos aporte significativo para os reservatórios estratégicos, como o
Castanhão, Orós e Banabuiú”, indica.
As
chuvas acima da média para este mês de fevereiro, segundo o titular da Funceme,
foram concentradas, o que se espera que ocorra ao longo dos próximos meses.
“Chuvas concentradas significam que o solo não tem capacidade de absorver toda
essa chuva, gerando escoamento superficial, que se transforma em aporte para os
reservatórios. É melhor que continue chovendo abaixo ou na média, de forma
concentrada, como está acontecendo, para alguns reservatórios continuarem
vertendo. À medida em que os pequenos e médios reservatórios vão enchendo, a
gente também espera que os grandes (reservatórios) comecem a receber um aporte significativo”,
afirma.
O
presidente da Funceme reforça, ainda, a preocupação com o aumento das
probabilidades de surgimento do El Niño para 2018. “O aquecimento do (Oceano)
Pacífico está se acelerando, está colocando o aquecimento mais centralizado na
Linha do Equador. Isso provoca uma descida de ar sobre o Norte e Nordeste, que
impede a elevação de vapor quente e úmido, ou seja, de formar nuvens e
precipitações”, projeta.
Continuidade
das ações
Presidente
da Cogerh, João Lúcio Farias disse que é preciso esperar as chuvas dos meses de
março e abril para haver uma melhor avaliação e planejamento. O gestor também
afirma que o olhar dos órgãos de controle hídrico do Estado está voltado para o
próximo ano, em decorrência do El Niño.
“Vamos
continuar com o nível de alerta, fazendo o planejamento dos reservatórios e
controlando a economia d’água. Novas instalações de adutoras de montagem rápida
estão sendo programadas e mais perfurações de poços, já autorizadas pelo
governador Camilo Santana, terão continuidade. Todas as ações necessárias serão
intensificadas”, garante João Lúcio.
Com
as últimas chuvas significativas, o aporte das 12 bacias hidrográficas e dos
153 açudes monitorados pela Cogerh passou de 6,29% para 6,4% da capacidade
total – em volume, o recente percentual representa 1,19 bilhão de metros cúbicos
(m³). A capacidade total dos reservatórios é de 18,64 bilhões de m³.
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