quarta-feira, 16 de maio de 2018

Sobre a violência - Por Capitão Horizonte.


         Cada vez mais se torna comum a questão da violência, principalmente nas cidades interioranas. Antes, sabidamente era um problema afeto às grandes metrópoles. Vivemos hoje uma situação em que aquela certeza de refúgio em cidades pequenas é coisa do passado. A criminalidade é um caos em expansão.
          Vejo diversos representantes do povo, eleitos legitimamente para bem representá-lo, externando possíveis soluções para este mal que assola o nosso País. Poucas, na verdade quase nenhuma realmente produzirá algum efeito social.
          Por exemplo: não é meramente reduzindo a maioridade penal que iremos resolver esta questão. Tampouco adquirindo viaturas e ou aumentando o efetivo da tropa de policiais de uma determinada cidade ou região. Fosse assim, o simples fato de uma comuna adquirir ambulâncias, uma para cada habitante, resolveria a calamidade que também estamos vivendo na área da saúde. O Estado do Ceará é um exemplo disso. Nunca se investiu tanto em equipamentos, viaturas e aumento de efetivo como o atual governo cearense tem investido. E então, houve algum retorno em termos de redução dos índices de violência? Não! Pelo contrário, a cada dia mais a sociedade cearense tem se tornado vítima dessa corja de bandidos que violentamente ameaçam e destroem as vidas de inocentes, pais de família, filhos, trabalhadores, ..., cidadãos. Os jovens engrossam as estatísticas em ambos os lados, pois são os que mais morrem e os que mais matam. Não precisamos ir muito longe para chegarmos a esta conclusão, basta assistirmos os noticiários diários, pois são as notícias que mais dão audiência. E as mídias, ah, as mídias! Essas se aproveitam e fazem a festa com tantas desgraças a serem divulgadas.
          A verdade é que o crime agiganta as mazelas sociais. Estas, por sua vez, quase sempre são erroneamente apontadas como a principal causa da criminalidade, posto que seja verdadeiramente o “fim”. É mais um erro cometido por quem aponta e por quem não tem coragem de estudar e de buscar soluções concretas e definitivas.
          Pois bem, que sejam sugeridas soluções! Segurança se faz, “a curto prazo”, com trabalho investigativo, policiais bem remunerados e preparados e sociedade envolvida. Escola, igreja, pais, todos labutando em união para o combate desse distúrbio que lentamente oxida os nossos valores, os nossos projetos, o sol de cada um dos brasileiros.
          A longo prazo interpreto que as mudanças necessárias para o enfrentamento da violência estão diretamente relacionadas a uma construção educacional forte. Cidadãos mais educados são muito mais propícios a compreenderem e contribuírem para que a paz se transforme em uma grande e poderosa arma a ser usada com o fito de superarmos as dificuldades inerentes à essência da nossa sociedade. Não existe outro caminho para a paz verdadeira que não seja por interposição da educação. A “igualdade de direito” começa no pleno exercício da educação. Talvez por isso não haja interesse dos nossos governantes em direcionar, de forma responsável, uma maior parcela de recursos para investir em educação. Talvez eles, os políticos, tenham medo dos professores, e também dos alunos, aqueles exíguos formadores de opinião e alicerce dos conhecimentos necessários à construção de uma sociedade justa, estes futuros cidadãos bem formados e bem esclarecidos. O político não gosta de concorrentes! E cidadãos esclarecidos, formados e conhecedores dos seus direitos e deveres seria uma ameaça a esses políticos corruptos e oportunistas que comandam o nosso País. É assim que eles, os políticos vigentes, enxergam a educação. Que pena!!!!

          Assim sendo, é justamente na educação que os homens e mulheres "de bem" deste País vislumbram o caminho para a nossa redenção, de toda uma sociedade que se amarga por não se amar.


Nenhum comentário:

Postar um comentário