Cada vez mais se torna comum a
questão da violência, principalmente nas cidades interioranas. Antes,
sabidamente era um problema afeto às grandes metrópoles. Vivemos hoje uma
situação em que aquela certeza de refúgio em cidades pequenas é coisa do
passado. A criminalidade é um caos em expansão.
Vejo diversos representantes do povo,
eleitos legitimamente para bem representá-lo, externando possíveis soluções
para este mal que assola o nosso País. Poucas, na verdade quase nenhuma
realmente produzirá algum efeito social.
Por exemplo: não é meramente
reduzindo a maioridade penal que iremos resolver esta questão. Tampouco
adquirindo viaturas e ou aumentando o efetivo da tropa de policiais de uma
determinada cidade ou região. Fosse assim, o simples fato de uma comuna
adquirir ambulâncias, uma para cada habitante, resolveria a calamidade que
também estamos vivendo na área da saúde. O Estado do Ceará é um exemplo disso.
Nunca se investiu tanto em equipamentos, viaturas e aumento de efetivo como o
atual governo cearense tem investido. E então, houve algum retorno em termos de
redução dos índices de violência? Não! Pelo contrário, a cada dia mais a
sociedade cearense tem se tornado vítima dessa corja de bandidos que
violentamente ameaçam e destroem as vidas de inocentes, pais de família,
filhos, trabalhadores, ..., cidadãos. Os jovens engrossam as estatísticas em
ambos os lados, pois são os que mais morrem e os que mais matam. Não precisamos
ir muito longe para chegarmos a esta conclusão, basta assistirmos os
noticiários diários, pois são as notícias que mais dão audiência. E as mídias,
ah, as mídias! Essas se aproveitam e fazem a festa com tantas desgraças a serem
divulgadas.
A verdade é que o crime agiganta as
mazelas sociais. Estas, por sua vez, quase sempre são erroneamente apontadas
como a principal causa da criminalidade, posto que seja verdadeiramente o
“fim”. É mais um erro cometido por quem aponta e por quem não tem coragem de
estudar e de buscar soluções concretas e definitivas.
Pois bem, que sejam sugeridas
soluções! Segurança se faz, “a curto prazo”, com trabalho investigativo,
policiais bem remunerados e preparados e sociedade envolvida. Escola, igreja,
pais, todos labutando em união para o combate desse distúrbio que lentamente
oxida os nossos valores, os nossos projetos, o sol de cada um dos brasileiros.
A longo prazo interpreto que as
mudanças necessárias para o enfrentamento da violência estão diretamente
relacionadas a uma construção educacional forte. Cidadãos mais educados são
muito mais propícios a compreenderem e contribuírem para que a paz se
transforme em uma grande e poderosa arma a ser usada com o fito de superarmos
as dificuldades inerentes à essência da nossa sociedade. Não existe outro
caminho para a paz verdadeira que não seja por interposição da educação. A
“igualdade de direito” começa no pleno exercício da educação. Talvez por isso
não haja interesse dos nossos governantes em direcionar, de forma responsável,
uma maior parcela de recursos para investir em educação. Talvez eles, os
políticos, tenham medo dos professores, e também dos alunos, aqueles exíguos
formadores de opinião e alicerce dos conhecimentos necessários à construção de
uma sociedade justa, estes futuros cidadãos bem formados e bem esclarecidos. O
político não gosta de concorrentes! E cidadãos esclarecidos, formados e
conhecedores dos seus direitos e deveres seria uma ameaça a esses políticos
corruptos e oportunistas que comandam o nosso País. É assim que eles, os
políticos vigentes, enxergam a educação. Que pena!!!!
Assim sendo, é justamente na educação
que os homens e mulheres "de bem" deste País vislumbram o caminho
para a nossa redenção, de toda uma sociedade que se amarga por não se amar.
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