Moradores
de uma ocupação em Copacabana, na Zona Sul do Rio, descobriram na sexta-feira
(19) objetos que podem ser de grande valor histórico. Eles estavam em um dos
quartos do prédio que foi ocupado por integrantes de um movimento em apoio a
pessoas LGBTS em estado de vulnerabilidade, a Casa Nem.
Animais
empalhados, crânios, quadros, bustos, como o de Santos Dumont. Objetos que são
um mistério. E ninguém sabe dizer se são peças valiosas ou apenas peças de um
colecionador excêntrico.
“É
um material muito estranho. Tem ossada. Coisas que parecem flautas indígenas.
Coisa que parece machado de pedra do Paleolítico”, disse Thaddeus Gregory
Blanchet, professor de antropologia.
Os
integrantes da Casa Nem ocuparam o imóvel abandonado esta semana e foram
surpreendidos com o que encontraram no quarto no último andar.
A
Prefeitura do Rio acompanha a situação para garantir os direitos dos ocupantes
do imóvel. Eles contaram que foram trancados dentro do prédio durante a noite
de sexta-feira (19) por pessoas ainda não identificadas,
“O
papel da prefeitura é resguardar os direitos humanos dessas pessoas. Entender
que elas não estão aqui porque querem, estão aqui por vários processos que
acontecem na vida dessas pessoas e fazem com que elas busquem espaços na
cidade. Por isso o termo ocupação. Estou aqui justamente para tentar harmonizar
os dois direitos. O direito de propriedade do proprietário deste imóvel e o
direito de habitação dessas pessoas”, disse Nelio Georgini, coordenador
especial da Diversidade, da prefeitura.
A
Polícia Federal foi até o local na noite de sexta-feira.
“O
que se pode ver é que não me parece ser fruto de uma atividade ilícita, de
roubo, mas pode ser que um dos itens tenha um valor histórico”, disse o perito
Pedro Camargo, da PF.
O
quarto com todos os objetos foi trancado. O acesso agora tem que ser autorizado
pela Polícia Federal. Na segunda-feira (22), o Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan) vai recolher e analisar o material
arqueológico.
O
diretor do Museu Nacional Alexander Kellner também esteve no endereço para
fazer uma primeira análise da coleção. Ele acredita que algumas peças podem
fazer parte de exposições no futuro.
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