terça-feira, 4 de novembro de 2014

Dia Nacional do Escoteiro e Criação da União dos Escoteiros do Brasil


Em 1907, ano que o movimento escoteiro (Scouting for Boys) havia sido fundado, muitos oficiais e praças da Marinha Brasileira estavam na Inglaterra e vários se impressionaram com o método de educação complementar que Baden Powell havia idealizado. O escotismo foi introduzido no Brasil em 1910, por intermédio desses marinheiros e oficiais de nossa Marinha, que trouxeram consigo uniformes escoteiros e o interesse de semear o movimento escoteiro no Brasil. No dia 14 de junho de 1910 foi fundado no Rio de Janeiro, o Centro de Boys Scouts do Brasil. O Movimento Escoteiro no Brasil, porém, só veio a ganhar amplitude nacional com a fundação, em 04 de novembro de 1924, no Rio de Janeiro, da UEB - União dos Escoteiros do Brasil. 

Neste dia 4 de novembro, a União dos Escoteiros do Brasil comemora 90 anos de existência e, para celebrar esta data, vamos relembrar os fatores que levaram à criação da nossa Instituição e o fortalecimento e expansão do Movimento Escoteiro.
Voltando pouco mais de um século, chegamos em 1910, quando foi criada a primeira associação escoteira em nosso país: o Centro de Boys Scouts do Brasil, no Rio de Janeiro. Embora tenha sido responsável pelos primeiros passos do Escotismo no Brasil, ela deixou de existir rapidamente.
Nos anos seguintes, diversas iniciativas escoteiras foram surgindo de maneira desordenada, até que outras quatro instituições foram criadas: a Associação Brasileira de Escoteiros, em São Paulo; a Associação de Escoteiros Católicos do Brasil, com sede do Rio; a Confederação Brasileira de Escoteiros do Mar, também no Rio; e a Federação Fluminense de Escoteiros, além dos grupos existentes no Pará, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraná, também orientados pela ABE. Todas essas associações estavam empenhadas em executar seus próprios programas, de maneira individual.
Observando o crescimento do Movimento Escoteiro e as divergências que separavam as associações existentes, Benjamin Sodré passou a lutar pela unificação das instituições. Ele acreditava que era preciso haver uma ligação entre as associações, e que somente assim o Escotismo poderia avançar ainda mais. Na edição de 23 de janeiro de 1924, ele escreveu na seção que mantinha na revista “O Tico-Tico”:
Refletindo o espírito de pouca harmonia dos brasileiros que vivem a brigar; essas associações se correspondem, se entendem, mas não se ligam.
Sofre com isso o Escotismo, que se desenvolve entre nós sem a precisa uniformidade, e sofre o nome do Brasil, que de outro modo poderia figurar entre as grandes potências escoteiras, coisa que não é de desprezar hoje, quando o escotismo tem por mais de uma vez ocupado a atenção e sugerido discussões na Liga das Nações. (…)
Tentativas têm sido feitas para reunir as Associações, mas todas vãs, porque ora a vaidade de domínio, ora pequeninas questões pessoais conservam afastadas forças preciosas que deveriam unir, valendo pelo dobro.
É um dever de todos, desde o mais pequenino escoteiro até o mais importante Chefe, procurar criar uma atmosfera de harmonia entre todas as associações, para que elas se liguem constituindo uma confederação geral que possa representar o Escotismo do Brasil.
O desejo do Velho Lobo, como Sodré era denominado, foi reforçado durante todo o ano seguinte. Ele afirmava que “o Brasil se deve representar, em qualquer reunião internacional, não por uma delegação de uma de suas Associações, mas por uma Delegação de Escoteiros do Brasil”.
Em 1924, três das quatro associações existentes atenderam ao convite do Velho Lobo e passaram a se reunir frequentemente para discutir possibilidades e levantar bases para a criação da União dos Escoteiros do Brasil, nome sugerido pelo padre Leovigildo Franca e aprovado por unanimidade.
Finalmente, em 4 de novembro de 1924, por iniciativa da Associação de Escoteiros Católicos do Brasil, da Confederação Brasileira de Escoteiros do Mar e da Confederação de Escoteiros do Brasil, foi fundada a União dos Escoteiros do Brasil, com sede no Rio de Janeiro. Por seu esforço em unificar o Escotismo no país, Benjamin Sodré recebeu, em 1952, o título de “Escoteiro número 1 do Brasil”.
Por atender ao desejo do fundador, Baden-Powell, e por seus esforços para unificar e expandir o Escotismo, a União dos Escoteiros do Brasil foi, e é a única organização reconhecida pela Organização Mundial do Movimento Escoteiro.
Em comemoração à essa história, foi lançado hoje o livro “A União – A história da chegada do Escotismo ao Brasil e dos 90 anos da UEB”, de Antonio Boulanger, que conta com riqueza de detalhes toda a nossa caminhada.
Escoteiros do Brasil, comemorem conosco esta data: vocês são parte dessa jornada. Nós os parabenizamos pelo trabalho diário para tornar o Movimento Escoteiro ainda mais forte e encantador, contribuindo na construção de um mundo melhor.

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