Na próxima sexta-feira, 7, o presidente do Congresso Nacional, senador Eunício Oliveira (PMDB), assume interinamente a presidência da República. A “gestão” vai até domingo, 9. Sem a figura do vice-presidente, após o impeachment de Dilma Rousseff (PT) — e com as viagens de Michel Temer (PMDB) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara —, o cearense vai comandar o País pela primeira vez.
Eunício será o quinto cearense a presidir o Brasil. O primeiro foi Linhares Filho, um magistrado que presidiu o País durante três meses e cinco dias, de 29 de outubro de 1945 a 31 de janeiro de 1946. Exerceu a presidência por convocação das Forças Armadas, já que era presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), após a derrubada de Getúlio Vargas, de 29 de outubro de 1945 a 31 de janeiro de 1946.
O segundo foi Humberto de Alencar Castelo Branco, que governou o País durante o período de 15 de abril de 1964 a 15 de março de 1967, logo no início da Ditadura Militar.
Logo após a redemocratização, foi a vez de Paes de Andrade (PMDB), sogro de Eunício, assumir por cerca de 11 vezes o Palácio do Planalto de forma interina. Em 1989, durante uma das oportunidades, o então presidente da Câmara dos Deputados acomodou em uma comitiva para sua terra natal de Mombaça, no Ceará, diversos políticos e ministros de Estado. O episódio ficou conhecido como “República da Mombaça”.
Em 1992, o então presidente do Senado, Mauro Benevides, assumiu interinamente a presidência da República por 48 horas no dia 27 de dezembro de 1992.
Nascido em Lavras da Mangabeira, no interior do Estado, o senador de 64 anos ingressou na carreira política quando foi eleito pela primeira vez, em 1998, a deputado federal.
Presidente do PMDB do Ceará desde aquele ano, foi o parlamentar do PMDB mais votado, embora fosse a primeira vez que concorresse a cargo eletivo. Foi reeleito na Câmara duas vezes, chegando ao posto de líder do PMDB na Casa em 2006.
Em 2010, foi eleito para o Senado. Neste primeiro mandato, ocupou a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), uma das mais importantes da Casa, e a liderança da bancada.
Aliado de Michel Temer, foi o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do teto de gastos, duramente criticada por opositores de Temer.
Segundo senador mais rico do País, perdendo apenas para Tasso, Eunício declarou patrimônio de R$ 99 milhões na eleição de 2014, quando disputou e perdeu o Governo do Ceará para Camilo Santana (PT). Na eleição para o Senado em 2010, o patrimônio declarado era de R$ 36,7 milhões.
Eunício é dono da Remmo Participações, grupo de seis empresas que prestam serviços de segurança eletrônica, transporte de valores e táxi aéreo. Entre os clientes, estão inclusive órgãos públicos federais. Ele também é proprietário da Fazenda Santa Mônica, que fica entre Corumbá de Goiás e Alexânia, municípios do interior de Goiás.
O Povo
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