SONETO OS
BOIS E O CARRO
"Fiz estimativas perdendo a estima
Mais alvoroçado do que fogo de facho
Mergulhei no rio sem olhar o clima
Alheio a ajuda de cada riacho
Dancei como quem pouco se ritima
Fui mais machucado do que cabra macho
Como quem se perde de baixo pra cima
Como quem constrói de cima pra baixo
Botei meu juízo em caminhos loucos
Humilhei-me as pedras, tropecei nos tocos
E fui com a cara de cara no barro
Concluí deveras um pouco depois
Quem coloca o carro na frente dos bois,
Termina perdendo os bois e o carro."
(Zé Viola)
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