DOCUMENTÁRIO
Documentário produzido e publicado por Damião Ferreira da Silva, Professor, Biólogo e Especialista em Biologia e Química pela Universidade Regional do Cariri-URCA.
A
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Escola de Ensino Fundamental
Figueiredo Correia, vem desenvolvendo juntamente com a Secretaria de
Agricultura do município de Várzea Alegre-CE, um trabalho de mobilização e
conscientização do moradores que residem próximo e exploram as terras
cultiváveis às margens do Riacho do Machado. Neste dia 16 de maio de 2012,
quarta-feira, os professores: Ana Emília Araújo de Oliveira; Damião
Ferreira da Silva, Biólogo; Eline Alves Varela; Maria Alves e
Silva; Maria Deusa Lima Almeida; Professora Rosânia de Carvalho Costa; Érica da Silva Félix,
Aluna do 9º ano "A"; Representantes da Secretaria de Agricultura: Cícero Isidoro Cabral,
Secretário; José Marcondes Saldanha, técnico agropecuário; Rafael, técnico
agropecuário. Essa equipe de
profissionais tinha como objetivo,
realizar fazer um levantamento a respeito dos estragos causados pelo
homem quando por ocasião espolia de forma desordenada as terras próximas das
margens desse rio.
O
Riacho do Machado nasce no distrito de Riacho Verde deste município e, depois
de fazer um longo percurso, passando ao lado da sede urbana de Várzea Alegre,
banham também outras localidades como os Sítios Bebedouro, local de estudo,
Forquilha, Jatobá, Carnaúbas, Juazeirinho, Canidezinho, adentrando o município
de Lavras da Mangabeira e desaguando no Rio Salgado.
O
assoreamento, as erosões e o fim da mata ciliar bem como a descontinuidade do
leito deste rio, constituem de maneira marcante, a nevaste do homem sobre a
natureza. A pecuária, juntamente com a
agricultura, instigaram aos proprietários de terras próximas do Riacho do
Machado, a explorar e devastar o rio
que, por “Lei”, precisa de uma área composta por mata ciliar para com isso,
garantir a sua existência. Segundo Cícero Isidoro, o leito do rio, nos anos
oitenta, não passava de oito metros de largura. Hoje, quase que impossível
determiná-la. “Nós tomávamos banho neste rio e, o atravessava de um mergulho.
Lembro que havia também certa profundidade neste leito permitindo diferenciar o
baixio do local principal de correnteza das águas. Havia também na época,
grandes possas d’água ao longo do leito do rio. Nós pescávamos e, além disso,
tinha também muitos pássaros que se beneficiavam da matinha que sombreava o
riacho.” Falou o Secretário de Agricultura, Cícero Isidoro.
Observando
as fotos a seguir, é impossível dirimir o que é rio e o baixio onde se localiza
as terras exploradas pelos moradores do Sítio Bebedouro, mais precisamente na
propriedade do Senhor Doutor João Siebra.
Arquivo de Damião Ferreira da Silva
Arquivo de Damião
Ferreira da Silva
De acordo com
o Senhor Marcondes Saldanha, técnico agropecuário da Secretaria de agricultura
de nosso município, a criação de bovinos acarreta grandes problemas, pois o
gado, segundo ele, agindo de forma espontânea e natural, aterra o rio
pisoteando e amolando os seus chifres nas barreiras, inibindo o crescimento de
novas matas ciliares. “O gado, depois que a agricultura teve sua queda, se
tornou a atividade mais lucrativa do homem do campo nessas duas últimas
décadas. Até o ano de dois mil e oito, os investimentos na agricultura e, o
cursos, palestras e incentivos aos
agricultores eram mendigados, algo que pode ser
tomados como base para o uso descontrolados das terras com outras finalidades
e também, o inchaço dos centros urbanos. Outro fator que tem a sua parcela de
culpa, pode-se atribuir a uma falta de legislação ambiental mais rigorosa e que
ofereça preparo aos ruralistas”. Disse Marcondes. A falta de uma política
voltada ao ambiente permite grandes ruínas ambientais. No Riacho do Machado,
por exemplo, 98% do seu leito se encontram devastado e sem perspectiva de
restauração. Analisando as fotos abaixo,
podemos ver as ingazeiras das
margens do rio sofrendo com a erosão causada pela falta de vegetação peculiar
de rios.
INGAZEIRA – árvore típica da beira de rios, baixios e locais
irrigados por lençóis freáticos externos e subterrâneos. Classificação
botânica: Nome científico: ingá cylindrica. Família: Leguminosae- Mimosoideae.
Características: · altura: de 8 a 18 m; · folhas: compostas, alternadas; flor:
branca esverdeada; · fruto: em vagem com polpa branca e adocicada. Floração:
janeiro – fevereiro. Frutificação: agosto - setembro.
UMARIZEIRA - (Geoffroea spinosa) é uma árvore de grande porte,
frondosa, com caule e ramos cheios de pequenos espinhos, comum no Sertão do
Nordeste brasileiro. Cresce nas várzeas. O nome alude ao fenômeno desta planta
verter tanta água pelos brotos, no principio da estação pluvial, que chega a
molhar a terra. Os sertanejos consideram o fato como excelente indício de
chuvas abundantes.
TIRIRICA - Tiririca é o nome popular de uma planta da família das
Amarilidáceas, com rizomas medicinais. O nome científico da tiririca é: Hypoxis
Decumbens.
OITICICA - Nome Científico: Licania Rígida
Nome Popular: Oiticica. Família:
Crisobalanáceas. Origem: Brasil
Ciclo de Vida: Perene. A Oiticica
(Licania rigida Benth), da família Chrysobalanaceae A Oiticica é uma planta típica
do sertão nordestino, é uma árvore de espécie ciliar dos cursos de água
temporários do Semi-Árido nordestino, sendo encontrado nos Estados do Piauí,
Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, e tem grande importância, quer pelo
aspecto ambiental de ser uma espécie arbórea perene sempre verde que preserva
as margens dos rios e riachos temporários na região da caatinga, quer como
espécie produtora de óleo. Durante todo o ano, inclusive nos períodos de seca,
comuns às regiões de ocorrência natural dessa planta, mantém-se verde e
fornecem sombra ao homem e diversos outros animais.
MOFUMBO - Cipoaba é o nome popular de um arbusto da família das
Combretáceas, também chamado de;: - mofumbo; - mofumo; - mufumba; - mufumbo
O nome científico do cipoaba é: Combretum Leprosum.
SALSA DE BAIXIO OU DE RIACHO - Nome científico Petroselinum sativum.
Família: Umbelliferae
Origem: Sul da Europa e Oriente Médio
Características da planta: Planta bienal ou perene, herbácea, com 0,60 a 1,00m de altura, de caule oco, cilíndrico, muito ramificado, de coloração verde-clara e rica em canais hulhíferos que lhe dão aroma peculiar. As folhas maiores estão reunidas em roseta basal, são de coloração verde-escura, brilhantes e compostas por folíolos triangulares, serrilhados e largos. Também possuem aroma forte e agradável.
Características da flor: As flores são pequenas, hermafroditas e
estão reunidas numa inflorescência do tipo umbela. Apresentam coloração
amarelo-clara e suas pétalas possuem uma pequena reentrância no ápice.
Fonte: Flores do Alimento - Silvestre Silva - Empresa das Artes – 1997.
O
Riacho do Machado constitui um patrimônio histórico da população de Várzea
Alegre, pois foi nas margens deste rio que surgiu o primeiro povoado
desencadeando o progresso tendo em vista a lucratividade da produtividade do
arroz, daí o nome ‘Terra do Arroz”. Atualmente, este riacho pede socorro. A
devastação, aterramento, desvia de percurso e até o fim da mata ciliar,
transformaram a história do verdejante Riacho do Machado, como bem cita o hino
oficial do município.
Com
a seca, todo o Nordeste brasileiro sofre, e, como somos componentes desta
região, sofremos juntos. O chocante é saber que, nem só a falta de chuva tem
provocado alterações drásticas no leito dos rios, mas, a ação desumana do
homem, contribui para essa realidade. No caso do Riacho do Machado, onde a sua
maior predominância é no município de Várzea Alegre, se encontra em situação
gritant 1e. No espaço compreendido do Sítio São Vicente até atingir o distrito
de Canidezinho, ultima localidade deste município banhada pelo Machado,
observa-se que o destrato com o rio é acentuado e que pouco está sendo feito em
defesa deste patrimônio natural.
Sem conhecimento
A falta de conhecimento das
Coordenadorias Municipais de Defesa Civil (Comdec) fica evidente no número de
cidades que pediram à Cedec informações sobre como proceder para elaborar o
decreto municipal de Situação de Emergência e elaboração de documentos
necessários ao processo.
Fonte: Diário do
Nordeste, Caderno Regional, 16 de maio de 2012. Acesso em 16 de maio de 2012,
às 11h.
As
principais causas do Assoreamento de rios, ribeirões e córregos, lagos, lagoas
e nascentes estão relacionadas aos desmatamentos, tanto das matas ciliares
quanto das demais coberturas vegetais que, naturalmente, protegem os solos. A
exposição dos solos para práticas agrícolas, exploração agropecuária, mineração
ou para ocupações urbanas, em geral acompanhadas de movimentação de terra e da
impermeabilização do solo, abrem caminho para os processos erosivos e para o
transporte de materiais orgânicos e inorgânicos, que são drenados até o
depósito final nos leitos dos cursos d’água e dos lagos.
Medidas para evitar
Nestes casos,
é importante uma intervenção do homem para evitar catástrofes. A primeira
medida é a conscientização da população para que o lixo não seja jogado nos
rios. Outra medida é a ação dos governos com projetos de manutenção dos rios,
através do processo de desassoreamento dos rios. Este consiste em retirar do
fundo dos rios, com o uso de máquinas, todo tipo de lixo e detritos
depositados. Desta forma, consegue-se aumentar a vazão do rio.
Ação da natureza
Além da ação
do homem, citada acima, o assoreamento dos rios é provocado também de forma
natural, pois com o passar do tempo, vai ocorrendo o acúmulo de terra ou areia
no fundo dos rios.
Documentário produzido e publicado por Damião Ferreira da Silva, Professor, Biólogo e Especialista em Biologia e Química pela Universidade Regional do Cariri-URCA.
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