segunda-feira, 18 de junho de 2012

MUSEU ESPALHADO POETA MUNDIM DO VALE


Motivado  por publicação do estudante de medicina Hilario Francelino em seu facebook 

Resolvi postar esta que relaciona importantes objetos que deveriam estar em um museu. aumentando a relação tenho em mãos alguns dos bonecos de Damião os quais penso em doa-los assim que em nossa cidade existir um um museu para assim perpetuar a alegria do famoso Damião dos Bonecos

Várzea Alegre tem guardado
Nas mãos de conservadores,
Objetos do passado
Que hoje tem seus valores.
Peças de estimações,
Ou mesmo de profissões
Que marcaram a cidade.
Eram peças bem cuidadas
Por seus donos conservadas
Que ficaram na saudade

Eu sei que ainda tem lá
O moinho de Tetê,
O fuso de mãe Lalá
E os bilros de Lelê.
O cachimbo de Bogim,
A navalha de Pacim
E o violão de Serginho.
A vassoura de Hermínia,
De Seu Souza a consertina
E a seringa de Nelinho.

O ferro de engomar
Que era de Armerinda,
Não sei onde foi parar
Mas sei que existe ainda.
O motor de Zé Silvino,
Que no tempo de menino
Eu andei de garupeiro.
Parece até que estou vendo,
Aquele motor tremendo
Na rua do juazeiro.

Dr. Leandro ao morrer
Parece até que sabia,
Que podia acontecer
Esse resgate algum dia.
Ele quis contribuir,
Antes mesmo de partir
Para sua sepultura.
Um bem de valor deixou,
Edilmo foi quem guardou
Seu anel de formatura.

Aquela espreguiçadeira
Deixada por Salviano,
Merece ser a primeira
Mesmo que esteja sem pano.
Vamos também resgatar,
O ganzá onde encontrar
Que foi de Manoel Tetê.
Os livros de Seu Ribeiro,
Que talvez algum herdeiro
Possa ofertar a você.

Batuta de Mestre Antônio
Gamão de Cândido Diniz,
Tudo aquilo é patrimônio
Nossa cultura é que diz.
Eu vou lá no Sanharol,
Faça chuva ou faça sol
Completar minha tarefa.
Faço esse itinerário,
Pra pedir o santuário
Que foi de Madrinha Zefa.

A caneta de Dudal
Banco de Papai Raimundo,
Todo esse material
Tem valor muito profundo.
O bule de Mariinha
Que até pouco tempo tinha,
Se o espírito não me engana.
Vou também acrescentar,
Se seu filho concordar
Os ferros de Zé de Ana.

O Padre Otávio deixou
Um gramofone também,
Eu não sei com quem ficou
Se é Marconi que tem,
Ou com ele ou com Homero,
Se souberem que eu quero
Eu sei que eles vão doar.
Só assim nossa cidade,
Faz história de verdade
Sem deixar nada faltar.

Os nossos vereadores
Conservando a tradição,
Devem salvar os valores
Requerendo uma seção.
Uma lei municipal
Que tombe o material
Tudo com muito cuidado.
Para todo mundo ver
E eu nunca mais dizer
QUE O MUSEU É ESPALHADO.

Mundim do Vale
Várzea Alegre, 31-07-96

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