Bêbado enchendo o saco
Toda cantoria tem
Liso sem ter um vintém
E pra pagar dar cavaco
Vai na sinuca pega o taco
E se põe com gritaria
A ninguém ele elogia
De nossa paciência abusa
A sinuca não se usa
Em noite de cantoria
Um cachorro se esfregando
Nas pernas do cantador
Oh coisa pra dar horror
E menineira gritando
Um bêbado se reclamando
Chega nos causa agonia
Daqui a pouco a valentia
Vem nessa mente confusa
A sinuca não se usa
Em noite de cantoria
Era bom que o promovente
O dono logo alertasse
Que a sinuca tirasse
Pra evitar um eminente
Ato que seja comovente
Essa ação evitaria
E seria a garantia
Que por ela ninguém se
abusa
A sinuca não se usa
Em noite de cantoria
Deixa ela guardada pra lá
Escondida ali num canto
Posso emprestar meu manto
Pra não vê-la ela cá
Acho melhor uma pá
Nos meus eu descansaria
Bêbado falando aresia
Ou uma moleca intrusa
A sinuca não se usa
Em noite de cantoria
Nem mesmo que ela esteja
Em outro compartimento
É certo que meu lamento
É que ela tira da bandeja
Mas também é que a peleja
Se torna sem alegria
Pois aquela alforria
Faz a mente ficar confusa
A sinuca não se usa
Em noite de cantoria
Na hora que eu começar
Se alguém pegar na bola
Eu paro minha viola
Só canto se ele parar
Porque eu não vou cantar
Com uma grande gritaria
Que uma sinuca traria
Por isso a minha recusa
A sinuca não se usa
Em noite de cantoria
Cláudio Sousa
V. Alegre 26/05/2017
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