quarta-feira, 22 de julho de 2020

85 ANOS DE UMA VOZ PELO BRASIL

 

Além de trilhas diferentes, o programa teve nomes diferentes. Entre julho de 1935 e dezembro de 1937, se chamou Programa Nacional. Em janeiro de 1938, é rebatizado como A Hora do Brasil. Em setembro de 1946, ganha finalmente o nome A Voz do Brasil, como registra o livro Hora do Clique: Análise do Programa de Rádio Voz do Brasil da Velha à Nova República, de Lilian Perosa.

“Receando desagradar os opositores da Hora do Brasil, [o presidente Eurico Gaspar] Dutra admitiu fazer mudanças no programa que refletissem a fase democrática experimentada naquele momento. Em 6 de setembro de 1946, através do decreto nº 9.788, o programa passou a se chamar A Voz do Brasil.”

Presidente Getúlio Dornelles Vargas (1951-1954) no Estado do Rio de Janeiro: pronuncia discurso na Hora do Brasil, Palácio Rio Negro, Petrópolis, RJ.
Presidente Getúlio Dornelles Vargas (1951-1954) no Rio de Janeiro: pronuncia discurso na Hora do Brasil- Arquivo Nacional
Além de nomes diferentes, o programa teve horário, formato e conteúdo distintos do atual: um radiojornal, a partir das 19h, dividido entre os Três Poderes da República, narrando fatos e decisões ligadas à Presidência da República, ao Congresso Nacional, à Justiça e ao Tribunal de Contas da União.

No início, “trazia além de notícias, áudios e músicas - que exaltavam muito a cultura brasileira. Tudo isso integrando o projeto de consolidação do poder de Getúlio Vargas”, lembra a jornalista Isabela Azevedo, apresentadora do programa Na Trilha da História, veiculado pelas emissoras de rádio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Ela explica as motivações das pautas nos primórdios do programa. “O período que o Getúlio Vargas ficou no poder foi caracterizado pela valorização dos símbolos da cultura nacional, como uma forma talvez de firmar uma identidade brasileira – uma identidade que se confundisse com o governo dele.”

O jornalista e escritor Lira Neto, autor de três volumes sobre a biografia de Getúlio Vargas, também assinala o uso do programa em benefício próprio. “Em 30 de setembro [de 1937] trechos selecionados do Plano Cohen foram divulgados pelo programa de rádio Hora do Brasil. O país quedou escandalizado ante a estrepitosa revelação. Perante o estado de comoção pública, o Congresso aprovou a volta do estado de guerra por larga margem de votos”, escreve Neto.

Como a história provou, o Plano Cohen era uma farsa sobre uma suposta conspiração judaico-comunista no Brasil e a mobilização que provocou, a partir de notícias inverídicas em diversos veículos, deu margem a Getúlio Vargas instituir o Estado Novo em 10 de novembro de 1937.

Além de trilhas diferentes, o programa teve nomes diferentes. Entre julho de 1935 e dezembro de 1937, se chamou Programa Nacional. Em janeiro de 1938, é rebatizado como A Hora do Brasil. Em setembro de 1946, ganha finalmente o nome A Voz do Brasil, como registra o livro Hora do Clique: Análise do Programa de Rádio Voz do Brasil da Velha à Nova República, de Lilian Perosa.

“Receando desagradar os opositores da Hora do Brasil, [o presidente Eurico Gaspar] Dutra admitiu fazer mudanças no programa que refletissem a fase democrática experimentada naquele momento. Em 6 de setembro de 1946, através do decreto nº 9.788, o programa passou a se chamar A Voz do Brasil.”

Presidente Getúlio Dornelles Vargas (1951-1954) no Estado do Rio de Janeiro: pronuncia discurso na Hora do Brasil, Palácio Rio Negro, Petrópolis, RJ.
Presidente Getúlio Dornelles Vargas (1951-1954) no Rio de Janeiro: pronuncia discurso na Hora do Brasil- Arquivo Nacional
Além de nomes diferentes, o programa teve horário, formato e conteúdo distintos do atual: um radiojornal, a partir das 19h, dividido entre os Três Poderes da República, narrando fatos e decisões ligadas à Presidência da República, ao Congresso Nacional, à Justiça e ao Tribunal de Contas da União.

No início, “trazia além de notícias, áudios e músicas - que exaltavam muito a cultura brasileira. Tudo isso integrando o projeto de consolidação do poder de Getúlio Vargas”, lembra a jornalista Isabela Azevedo, apresentadora do programa Na Trilha da História, veiculado pelas emissoras de rádio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Ela explica as motivações das pautas nos primórdios do programa. “O período que o Getúlio Vargas ficou no poder foi caracterizado pela valorização dos símbolos da cultura nacional, como uma forma talvez de firmar uma identidade brasileira – uma identidade que se confundisse com o governo dele.”

O jornalista e escritor Lira Neto, autor de três volumes sobre a biografia de Getúlio Vargas, também assinala o uso do programa em benefício próprio. “Em 30 de setembro [de 1937] trechos selecionados do Plano Cohen foram divulgados pelo programa de rádio Hora do Brasil. O país quedou escandalizado ante a estrepitosa revelação. Perante o estado de comoção pública, o Congresso aprovou a volta do estado de guerra por larga margem de votos”, escreve Neto.

Como a história provou, o Plano Cohen era uma farsa sobre uma suposta conspiração judaico-comunista no Brasil e a mobilização que provocou, a partir de notícias inverídicas em diversos veículos, deu margem a Getúlio Vargas instituir o Estado Novo em 10 de novembro de 1937.

fonte Agencia Brasil

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