Além
de trilhas diferentes, o programa teve nomes diferentes. Entre julho de 1935 e
dezembro de 1937, se chamou Programa Nacional. Em janeiro de 1938, é rebatizado
como A Hora do Brasil. Em setembro de 1946, ganha finalmente o nome A Voz do
Brasil, como registra o livro Hora do Clique: Análise do Programa de Rádio Voz
do Brasil da Velha à Nova República, de Lilian Perosa.
“Receando
desagradar os opositores da Hora do Brasil, [o presidente Eurico Gaspar] Dutra
admitiu fazer mudanças no programa que refletissem a fase democrática
experimentada naquele momento. Em 6 de setembro de 1946, através do decreto nº
9.788, o programa passou a se chamar A Voz do Brasil.”
Presidente
Getúlio Dornelles Vargas (1951-1954) no Estado do Rio de Janeiro: pronuncia
discurso na Hora do Brasil, Palácio Rio Negro, Petrópolis, RJ.
Presidente
Getúlio Dornelles Vargas (1951-1954) no Rio de Janeiro: pronuncia discurso na
Hora do Brasil- Arquivo Nacional
Além
de nomes diferentes, o programa teve horário, formato e conteúdo distintos do
atual: um radiojornal, a partir das 19h, dividido entre os Três Poderes da
República, narrando fatos e decisões ligadas à Presidência da República, ao
Congresso Nacional, à Justiça e ao Tribunal de Contas da União.
No
início, “trazia além de notícias, áudios e músicas - que exaltavam muito a
cultura brasileira. Tudo isso integrando o projeto de consolidação do poder de
Getúlio Vargas”, lembra a jornalista Isabela Azevedo, apresentadora do programa
Na Trilha da História, veiculado pelas emissoras de rádio da Empresa Brasil de
Comunicação (EBC).
Ela
explica as motivações das pautas nos primórdios do programa. “O período que o
Getúlio Vargas ficou no poder foi caracterizado pela valorização dos símbolos da
cultura nacional, como uma forma talvez de firmar uma identidade brasileira –
uma identidade que se confundisse com o governo dele.”
O
jornalista e escritor Lira Neto, autor de três volumes sobre a biografia de
Getúlio Vargas, também assinala o uso do programa em benefício próprio. “Em 30
de setembro [de 1937] trechos selecionados do Plano Cohen foram divulgados pelo
programa de rádio Hora do Brasil. O país quedou escandalizado ante a
estrepitosa revelação. Perante o estado de comoção pública, o Congresso aprovou
a volta do estado de guerra por larga margem de votos”, escreve Neto.
Como
a história provou, o Plano Cohen era uma farsa sobre uma suposta conspiração
judaico-comunista no Brasil e a mobilização que provocou, a partir de notícias
inverídicas em diversos veículos, deu margem a Getúlio Vargas instituir o
Estado Novo em 10 de novembro de 1937.
Além
de trilhas diferentes, o programa teve nomes diferentes. Entre julho de 1935 e
dezembro de 1937, se chamou Programa Nacional. Em janeiro de 1938, é rebatizado
como A Hora do Brasil. Em setembro de 1946, ganha finalmente o nome A Voz do
Brasil, como registra o livro Hora do Clique: Análise do Programa de Rádio Voz
do Brasil da Velha à Nova República, de Lilian Perosa.
“Receando
desagradar os opositores da Hora do Brasil, [o presidente Eurico Gaspar] Dutra
admitiu fazer mudanças no programa que refletissem a fase democrática
experimentada naquele momento. Em 6 de setembro de 1946, através do decreto nº
9.788, o programa passou a se chamar A Voz do Brasil.”
Presidente
Getúlio Dornelles Vargas (1951-1954) no Estado do Rio de Janeiro: pronuncia
discurso na Hora do Brasil, Palácio Rio Negro, Petrópolis, RJ.
Presidente
Getúlio Dornelles Vargas (1951-1954) no Rio de Janeiro: pronuncia discurso na
Hora do Brasil- Arquivo Nacional
Além
de nomes diferentes, o programa teve horário, formato e conteúdo distintos do
atual: um radiojornal, a partir das 19h, dividido entre os Três Poderes da
República, narrando fatos e decisões ligadas à Presidência da República, ao
Congresso Nacional, à Justiça e ao Tribunal de Contas da União.
No
início, “trazia além de notícias, áudios e músicas - que exaltavam muito a
cultura brasileira. Tudo isso integrando o projeto de consolidação do poder de
Getúlio Vargas”, lembra a jornalista Isabela Azevedo, apresentadora do programa
Na Trilha da História, veiculado pelas emissoras de rádio da Empresa Brasil de
Comunicação (EBC).
Ela
explica as motivações das pautas nos primórdios do programa. “O período que o
Getúlio Vargas ficou no poder foi caracterizado pela valorização dos símbolos
da cultura nacional, como uma forma talvez de firmar uma identidade brasileira
– uma identidade que se confundisse com o governo dele.”
O
jornalista e escritor Lira Neto, autor de três volumes sobre a biografia de
Getúlio Vargas, também assinala o uso do programa em benefício próprio. “Em 30
de setembro [de 1937] trechos selecionados do Plano Cohen foram divulgados pelo
programa de rádio Hora do Brasil. O país quedou escandalizado ante a
estrepitosa revelação. Perante o estado de comoção pública, o Congresso aprovou
a volta do estado de guerra por larga margem de votos”, escreve Neto.
Como
a história provou, o Plano Cohen era uma farsa sobre uma suposta conspiração
judaico-comunista no Brasil e a mobilização que provocou, a partir de notícias
inverídicas em diversos veículos, deu margem a Getúlio Vargas instituir o
Estado Novo em 10 de novembro de 1937.
fonte Agencia Brasil
fonte Agencia Brasil
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