quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

QUANDO ACABA O CARNAVAL


      

Unidos do calçadão
Fica na maior tristeza,
Beto vai pra Fortaleza
E Bruce pega o busão.
Eu fico sem um tostão
Klébia vai pra Portugal,
Klécio vai ao hospital
E o Sávio desaparece.
Tudo no mundo acontece
QUANDO ACABA O CARNAVAL.

Quando acaba a brincadeira
O marido chega em casa
E a esposa lhe arrasa
Perguntando pela feira.
Ele acha que é brincadeira
Mas ela acha normal
E assim aquele casal,
Vai desgastando o prestígio
E gera mais um litígio,
QUANDO ACABA O CARNAVAL.

Por conta da bebedeira
Um folião deprimido,
Escuta no pé do ouvido
A marcha do Zé Pereira.
Quando chega quarta feira
Esse Fulano de Tal,
Já fica passando mal
Lembrando a conta do bar,
Sem saber como pagar
QUANDO ACABA O CARNAVAL.

Chega um cara na esquina
De bermuda e paletó,
Com inhaca de loló,
Enganchado em serpentina.
Pega o rumo da usina
Tombando pra lateral
E pergunta a Juvenal
Onde fica a micareta.
Sai igual a carrapeta
QUANDO ACABA O CARNAVAL.

Um cidadão ressacado
Com a fantasia estendida,
Um mal cheiro de bebida
E perfume impregnado.
Papel de luz atrasado,
A conta da água igual
E até um quilo de sal
Não há ninguém que forneça.
É uma dor de cabeça
QUANDO ACABA O CARNAVAL.

Uma garota avançada
Com quinze anos de idade,
Perde a sua virgindade
Como se não fosse nada.
Diz que está dominada,
Que a parada é legal,
Que hoje em dia é natural
Bucho sem ser esperado
E é esse o resultado
QUANDO ACABA O CARNAVAL.

É um garoto sumido,
É um namoro acabado,
Um automóvel amassado
E um marido traído.
Um cachaceiro atrevido
Procurando um Sonrisal,
Sem ter mais, nem um real
E ainda faz confusão
E termina na prisão
QUANDO ACABA O CARNAVAL.

Quem tava na brincadeira
Achou aquilo um pecado,
Vê um homem maquiado
Por conta da bebedeira.
Mas quando é na quarta feira
O cabra cai na real
E diz para o pessoal:
- Deus me livre da folia
Até papa renuncia
QUANDO ACABA O CARNAVAL.

Mundim do Vale arranjou
Uma morena comprida
Mas não fez a despedida
Na hora que viajou.
A morena se zangou
Foi bater no Juremal
E lá disse ao pessoal:
- Só pode ser um feitiço
Pra Mundim levar sumiço
QUANDO ACABA O CARNAVAL.

Mundim do Vale
V. Alegre – Ce.



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