A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária vai suspendeu na imprensa formal, a publicidade
das pulseiras bioquânticas, vendidas com o apelo de melhorar o equilíbrio e
ativar a circulação sanguínea. Esses braceletes, que prometem “estabilizar a
energia do corpo”, começaram a ser usados por atletas. Celebridades foram
fotografadas com as tiras de silicone adornadas por um holograma.
A
pulseira original, americana, tem a marca Power Balance. A genérica brasileira
é da marca Life Extreme. Tanto uma quanto outra estão sendo investigadas e
deverão ser processadas por publicidade irregular, segundo Ana Paula Massera,
gerente de fiscalização de propaganda da Anvisa.
A
agência entrou em contato com os sites das pulseiras depois que a reportagem
da Folha procurou o órgão, para checar se havia registro desses
produtos, vendidos livremente pela internet e em grandes lojas de esportes. A
Anvisa informou que pode proibir o comércio das pulseiras no país. Luiz
Fernandes, um dos fabricantes da pulseira brasileira, disse que ela não precisa
de registro no órgão porque “não se absorve ela [a pulseira] diretamente”.
Já
o revendedor da Power Balance no Brasil não foi localizado. A reportagem
procurou os responsáveis nos EUA, mas o assessor, Adam Selwyn, informou que
eles estavam viajando e não poderiam ser entrevistados.
“CHARLATANISMO”
A
Power Balance propaga em seu site que o uso da pulseira aumenta a concentração
e a força física porque contém um holograma que “otimiza a fluência energética
natural do corpo”. O site da pulseira brasileira, vendida na internet a R$ 159,
dá explicação similar.
Vanderli
de Assis, que afirma ter criado o modelo brasileiro e se apresenta como
professor de física da Universidade Federal de Minas Gerais (não há registro
dele na universidade), diz que o holograma, formado por camadas de magnésio,
alumínio, ferro e silício, “emite uma frequência que gera estabilidade no campo
eletromagnético do ser humano”.
Assim,
o corpo não seria afetado por frequências externas como ondas de equipamentos
eletrônicos, daí o maior equilíbrio do usuário. Para Marcos Duarte, professor
de biodinâmica da Faculdade de Educação Física da USP, as explicações são
“charlatanismo quântico”.
“A
ideia de que um holograma possa interagir com as frequências do corpo e trazer
benefício ao equilíbrio é puramente falsa”, diz. Cláudio Furukawa, do Instituto
de Física da USP, reforça: “Não há explicação cientifica para isso. Holograma
não emite onda”.
Fonte:
Folha.com
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