domingo, 2 de agosto de 2020

DOMINGO COM POESIA - NA VISÃO DE UM POETA NORDESTINO


Na visão de um poeta nordestino
Em tudo tem algo para se falar.

Um telhado mesmo de telha velha e suja       

Por ali muitos gatos fez amor
E gata entre prazeres e dor
Ali fez muito barulho a dita cuja
E se o gato apertar quero que fuja
Para esta coisinha não engravidar
Pois se caso acontecer não vou criar
Para não me chamarem de morfino
Na visão de um poeta nordestino
Em tudo tem algo para se falar.

Dos gatos a lagartixa se livrando
Põe seus ovos em um buraco seguro
Gostando sempre de por ao pé do muro
Passa o dia ela insetos caçando
E sempre sempre ao seu buraco voltando
Para ver como o seu ninho estar
Se um gato quiser lhe abocanhar
Ela foge desse quê é duro destino
Na visão de um poeta nordestino
Em tudo tem algo para se falar.

Uma calçada com cerca de sete batentes           

Onde meninos e meninas iam brincar
Hoje por causa desse tal de celular
Não se ver mais brincadeiras tão decentes
Ficam só memórias remanescentes
De uma época onde vivíamos a brincar
E os joelhos nos batentes a ralar
Lá brincava era menina e menino
Na visão de um poeta nordestino
Em tudo tem algo para se falar.

Dois quadros simples em uma parede
Quando os coloca ficam bonitos demais
Mas com o tempo fica igual a um aqui Jaz.
Pior que água depois que mata a nossa sede

Parece também com uma tifanga de rede.
Que Já foi muito usada para se deitar
E agora nem se quer pra o chão limpar.
É sempre assim o refrão desse nosso hino
Na visão de um poeta nordestino
Em tudo tem algo para se falar.

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