domingo, 23 de agosto de 2020

DOMINGO COM POESIA - SAUDADES DO MEU SERTÃO - POETA CHICO DE OURO


Desde da quarta-feira (19), chegou ao Brasil uma frente fria de importância histórica. O fenômeno trouxe consequências inesperadas para o clima do país e é apontado por meteorologistas como sendo de dimensão equivalente ao de massas polares que atingiram o país há muitos anos.

 
“A dimensão dessa frente será parecida com o frio histórico de 1955, 1963, 1975 e 1985. A abrangência vai pegar do Norte, onde teremos quedas de até 15ºC nas temperaturas, e com uma condição de geada mais significativa e até neve na região Sul. É uma frente fria que chega até a linha do Equador”, afirmou Francisco de Assis, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
 
Esse frio para muitos foi o maior responsável para que vários nordestinos que deixaram sua terra natal a procura de dias melhores, retornassem. O poeta de saudosa memória Chico de Ouro do vizinho município de Cariús, vive esses dias porá lá na década de 70.
 
Em 1975 com poucos dias que tinha chegado em São Paulo. Com muitas saudades do Ceará, sem conhecer nada lá. Encontrando muitas dificuldades para arranjar um emprego escrevi uma carta para minha mãe e na carta escrevi esses versos.

 
Tenho no meu coração
Uma saudosa lembrança
Do meu querido sertão
E de toda vizinhança
 
Só sei escrever saudade
Nessas rimas que eu fiz
Pois estou louco de saudade
Do meu velho sertão feliz
 
Não posso está satisfeito
Longe do meu torrão natal
Sentindo dentro do peito
Uma saudade imortal
 
Deixei minha terra querida
Os meus irmãos e meus pais
Minha vida já foi vida
Hoje em dia não é mais
 
Estou aqui levando couro
Num lugar desconhecido
Quem já foi Chico de Ouro
Naquele Sertão querido
 
    Francisco de Ouro
 
         São Paulo
             1975

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